Israel inicia o processo de retirada parcial de suas tropas terrestres do sul da Faixa de Gaza, segundo informações divulgadas neste domingo (7) pelas Forças de Defesa de Israel (IDF). A medida, que mantém apenas uma brigada na região, é vista como um movimento estratégico em meio a um conflito que já dura seis meses, marcado por intensos combates e negociações de paz estagnadas.
De acordo com a agência Reuters, que cita fontes dentro das IDF, a 98ª Divisão concluiu sua missão em Khan Younis e já deixou a região, encerrando assim meses de operações militares. Ainda segundo as fontes, uma “força significativa”, liderada pela 162ª Divisão e a Brigada Nahal, continuará operando dentro de Gaza, especificamente ao longo do Corredor de Netzarim, uma área estratégica que divide o enclave em dois.
Este anúncio surge em um momento crítico, quando a incursão contra a cidade de Rafah foi suspensa há várias semanas. Rafah, considerada um ponto-chave para os objetivos militares de Israel de neutralizar o grupo Hamas, agora abriga uma população crescente de refugiados devido ao conflito. A retirada parcial das tropas israelenses pode ser interpretada como um gesto de boa vontade, potencialmente desbloqueando as negociações de paz que estão paralisadas desde novembro.
O conflito em Gaza, que começou com um ataque surpresa do Hamas, resultou na morte de 1.200 pessoas, além de mais de 200 reféns — israelenses e estrangeiros — com muitos ainda desaparecidos. A resposta de Israel devastou a infraestrutura de Gaza, forçando a população a migrar para o sul, principalmente para Rafah.
Apesar de um curto período de tréguas em novembro, que viu a troca de cerca de 100 reféns por 240 prisioneiros palestinos, as tentativas de cessar-fogo têm sido infrutíferas. Contudo, com mais de 33 mil mortos reportados pelo Hamas desde o início do conflito, e Israel alegando ter eliminado 12.000 militantes, a busca por uma solução pacífica nunca foi tão crítica.
Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, enfatizou a importância da libertação dos reféns para qualquer acordo de paz. Novas reuniões, esperadas para ocorrer no Cairo, poderão abrir caminho para um cessar-fogo duradouro, marcando um potencial ponto de virada no prolongado conflito.