A arrecadação do governo federal registrou um valor impressionante de R$ 190,6 bilhões em março, representando o maior montante já alcançado para este mês desde o início da série histórica em 1995. Esse resultado destaca um crescimento real de 7,22% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando foram arrecadados R$ 177,7 bilhões, ajustados pela inflação.
O expressivo desempenho da arrecadação em março pode ser atribuído a diversas medidas fiscais adotadas pelo governo. Entre elas, a tributação de fundos exclusivos e a retomada da tributação integral sobre combustíveis se destacam, o que contribuiu significativamente para o aumento das receitas. Em particular, o aumento da arrecadação de IR sobre rendimentos de capital foi notável, com um salto de 48%, alcançando R$ 10,5 bilhões.
Durante o primeiro trimestre de 2024, a arrecadação federal acumulou um total de R$ 660,8 bilhões, o que também representa um recorde para o período, com um aumento de 8,4% em relação aos R$ 609,9 bilhões coletados no mesmo período de 2023. Este crescimento é um reflexo não apenas das medidas imediatas de tributação, mas também de um aumento no volume de vendas e serviços, especialmente no setor de combustíveis.
O objetivo de alcançar um déficit zero nas contas públicas está no radar do governo. Com a Lei de Diretrizes Orçamentárias deste ano incluindo uma margem de tolerância de 0,25 ponto percentual, o governo planeja ajustar suas receitas e despesas para fechar o ano sem déficit, apesar das projeções do mercado financeiro que indicam um possível rombo de cerca de R$ 80 bilhões em 2024.
Adicionalmente, as reformas recentes e as alterações legislativas que facilitam a arrecadação federal, como a mudança nas regras de tributação de incentivos estaduais sobre ICMS e a tributação de mercados de apostas eletrônicas, são medidas que visam não apenas aumentar a receita, mas também organizar a estrutura fiscal do país.