A Polícia Civil do Estado de São Paulo desmantelou um grupo criminoso especializado em fraudes financeiras, conhecido como o ‘golpe das flores’. Três indivíduos foram presos no interior do estado, acusados de realizar empréstimos fraudulentos que totalizam prejuízos na ordem de R$ 7 milhões.
A fraude funcionava de maneira singular: vítimas recebiam flores em seus aniversários, e um falso entregador solicitava uma foto para confirmar a entrega. Esta foto, contudo, era utilizada para aplicar empréstimos bancários de até R$ 70 mil, geralmente destinados ao financiamento de veículos. O golpe, segundo investigações, prejudicou principalmente mulheres, que se tornavam responsáveis pelas dívidas geradas sem o seu consentimento.
O esquema não só afetava as destinatárias das flores, mas também envolvia o verdadeiro proprietário do veículo financiado de forma fraudulenta e a instituição financeira que liberava o empréstimo sob engano. As consequências do golpe se estendiam, portanto, por uma cadeia de vítimas inocentes, complicando ainda mais a trama delituosa.
Até o momento, foram identificados 11 casos concretos de aplicação deste golpe, mas as autoridades acreditam que o número pode ser maior. O delegado Edmar Rogério Dias Caparroz destacou a complexidade e a extensão do esquema: “Estimamos que, apenas na segunda fase da operação, o grupo movimentou cerca de R$ 7 milhões com 70 golpes identificados.”
Entre os presos está Murilo de Souza Gerônimo, proprietário de uma loja de revenda de veículos em Presidente Venceslau, junto a Magno Prado e Denilson Dalbert, apontado como o mentor da operação. Jhonata Maurício de Souza, responsável por tirar as fotografias das vítimas, está foragido. Outras três pessoas estão sendo investigadas, enquanto a polícia busca entender como os criminosos tinham acesso às informações pessoais de suas vítimas.