A superprodução de painéis solares na China causou uma queda significativa nos preços, fazendo com que eles fossem utilizados de maneira inovadora na Europa: como cercas para casas e jardins. Esse novo uso vem sendo adotado principalmente na Alemanha e na Holanda, onde os custos elevados de instalação nos telhados tornam a alternativa ainda mais atraente.
Devido ao excesso de oferta, que é uma realidade há alguns anos, os preços dos painéis solares caíram pela metade em relação ao ano passado, segundo dados da BloombergNEF. No final de março, um painel solar custava 11 centavos de dólar por watt, evidenciando uma redução drástica que facilitou a sua adoção em larga escala.
Os altos custos de mão-de-obra e o aluguel de andaimes para instalar painéis nos telhados têm sido um obstáculo significativo na Europa. Martin Brough, chefe de pesquisa climática do BNP Paribas Exane, comentou ao Financial Times que, dado o preço baixo dos painéis, os custos de instalação são o verdadeiro limitador. “Por que colocar uma cerca quando você pode simplesmente colocar uma carga de painéis solares, mesmo que eles não estejam exatamente alinhados ao sol?” questiona ele.
A Agência Internacional de Energia estima que a oferta mundial de painéis solares pode chegar a 1.100 gigawatts até o final deste ano, uma quantidade três vezes maior do que a demanda atual. Tal superprodução tem implicações diretas para os fabricantes europeus de painéis solares, que enfrentam a ameaça de fechamento sem assistência emergencial. A Photowatt, uma produtora francesa, e a italiana FuturaSun, que fabrica painéis na China para venda na Europa, são exemplos de empresas que lutam para encontrar um equilíbrio econômico.