Larissa Moraes de Carvalho, uma estudante de medicina de 31 anos, vive uma tragédia pessoal após entrar em estado vegetativo decorrente de complicações em uma cirurgia ortognática realizada em março de 2023 na Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora, Minas Gerais. O procedimento tinha como objetivo corrigir deformidades nos maxilares.
Após a cirurgia, Larissa sofreu uma parada cardiorrespiratória e, apesar de reanimada, nunca recuperou a consciência. Atualmente, ela recebe cuidados em tratamento domiciliar, após passar mais de um ano internada.
Segundo a TV Integração, afiliada à Rede Globo, o caso está sob investigação do Ministério Público de Minas Gerais, após a família denunciar a ocorrência ao promotor Jorge Tobias de Souza, que solicitou abertura de inquérito pela Polícia Civil. O médico cirurgião, a médica anestesista e o hospital são investigados para determinar as responsabilidades pelas falhas no procedimento e no pós-operatório.
Perícias contratadas pela família apontam múltiplas falhas durante o atendimento de Larissa. O relatório indica problemas no preenchimento do boletim anestésico, na ficha de recuperação pós-anestésica e no transporte intra-hospitalar da paciente. A assistência à parada cardiorrespiratória também foi questionada, sem a identificação adequada do ritmo da parada e manuseio pós-parada, que incluíram falhas no controle de temperatura e glicemia.
De acordo com Ricardo Carvalho, pai de Larissa, a família realizou uma longa pesquisa antes de escolher o profissional para realizar a cirurgia. “Ela consultou vários profissionais e levou três anos em cima de pesquisas para saber qual seria o melhor profissional, considerando até a opinião de seus professores de medicina,” explicou Ricardo, lembrando que Larissa estava confiante no dia do procedimento.
Após a cirurgia, a recuperação inicial de Larissa não indicava complicações, segundo o prontuário médico. No entanto, em menos de uma hora após ser transferida para o quarto, ela entrou em parada cardiorrespiratória, um fato que os médicos e enfermeiros não perceberam imediatamente.
Desde então, os custos com tratamento médico, enfermagem 24 horas, fisioterapia diária, alimentação por sonda e outras necessidades médicas ultrapassaram R$ 270 mil. A família continua lutando por justiça e por respostas sobre as falhas que levaram ao trágico desfecho para Larissa.
O hospital e os profissionais envolvidos não se pronunciaram sobre o caso até o momento. A família também tenta obter as gravações das câmeras do hospital para entender melhor os eventos do dia da cirurgia.