A tensão entre o governo australiano e Elon Musk escalou após a exigência de remoção de vídeos de um atentado terrorista em Sydney, com o empresário denunciando a ação como um “ataque à liberdade de expressão”. O confronto se intensificou após a rede social X, de propriedade de Musk, se recusar a retirar completamente o conteúdo, que mostra o ataque a um clérigo cristão assírio e mais duas pessoas numa igreja de Sydney.
O ataque, ocorrido em 15 de abril, foi rapidamente transmitido ao vivo e classificado pela polícia como uma ação terrorista. Enquanto outras plataformas, como as pertencentes à Meta, prontamente removeram os vídeos, a rede X limitou-se a ocultá-los apenas para usuários na Austrália, o que não impediu o acesso global através de VPNs.
O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, expressou forte descontentamento com a abordagem de Musk, chamando-o de “bilionário arrogante que pensa estar acima da lei e da decência básica”. Segundo Albanese, a questão transcende a liberdade de expressão, tocando na responsabilidade das redes sociais em não propagar imagens violentas.
Musk, por sua vez, utilizou sua própria plataforma para criticar as demandas australianas, alegando que representam um “terrível ataque à sociedade livre”. Ele questionou: “Se qualquer país tiver permissão para censurar conteúdo de todos os países, então o que impede qualquer país de controlar toda a Internet?”
A disputa alcançou os tribunais, onde um tribunal federal australiano emitiu uma ordem de liminar exigindo que a rede X remova os vídeos dentro de 48 horas. Esta decisão é parte de um movimento maior de governos em todo o mundo para regular o conteúdo nas redes sociais, especialmente quando este pode incitar violência ou espalhar desinformação.
Além disso, Musk também enfrenta problemas semelhantes em outros países, como o Brasil, onde criticou o Supremo Tribunal Federal por censura, após ações contra perfis de extrema direita.