A Ascam (Associação dos Servidores da Câmara Municipal de Araçatuba) emitiu uma nota de repúdio, assinada pelos 34 funcionários efetivos da Casa, contra o que classificou de “desrespeitosa” a forma pela qual estão sendo tratados quando de discussões que envolvem salários e estrutura administrativa, dentro e fora do Legislativo araçatubense.
O fato que resultou na nota de repúdio, especificamente, ocorreu durante a 8ª sessão ordinária do ano, realizada na última segunda-feira (25), quando estava em pauta um projeto de lei que previa aumento real de 6% aos funcionários da Câmara.
A propositura, de autoria da Mesa Diretora, acabou sendo retirada como objeto de deliberação, mas mesmo assim, acabou recebendo críticas do vereador Antônio Edwaldo Dunga Costa (União Brasil), que se manifestou contrário à proposta de aumento salarial dos servidores.
Os efetivos da Câmara tiveram reposição salarial de 4,62%, referentes à inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) no ano de 2023, em 1º de janeiro deste ano, data-base da categoria. O projeto apresentado, mas retirado, previa um ganho real de 6% aos servidores, totalizando um reajuste de 10,62% em 2024.
Dunga discordou da proposta. “Há um mecanismo de aumentos indevidos que sempre pairou nesta Câmara”, disparou. “Não vem comparar salário de Câmara com os dos coitados que vivem na rua amassando barro e ganhando um salário mínimo”, continuou. Conforme ele, o aumento representaria R$ 9 mil, em alguns casos, dependendo do vencimento do servidor.
Ele também comparou o aumento real de salário dado aos servidores da Prefeitura, que foi de 1,38% este ano – o projeto foi aprovado na mesma sessão e estabeleceu, ainda, a reposição de 4,62% da inflação, totalizando um reajuste de 6%.
De outro lado, o vereador Gilberto Batata Mantovani (PL) defendeu o aumento dos salários dos servidores da Câmara, argumentando que eles tiveram apenas a reposição da inflação, e não a recomposição das perdas salariais.
REPÚDIO
A nota de repúdio, encaminhada a todos os vereadores, cita o ocorrido na 8ª sessão ordinária na Câmara e expressa “o profundo descontentamento” dos servidores pela forma como vem sendo tratados durante discussões do tipo.
“Registramos, por meio deste documento, que sempre procuramos exercer nossas funções com dedicação e zelo, dentro das diretrizes legais e administrativas estabelecidas por esta Câmara, e que sempre primamos pela educação, respeito e consideração no trato com parlamentares, razão pela qual é bastante justo nosso desejo de obter tratamento similar neste sentido”, finaliza a nota de repúdio.