Comerciantes e pessoas que trabalham no Centro de Araçatuba reclamam das constantes quedas de energia que ocorrem naquela região da cidade e relatam que se tornou comum equipamentos queimarem por causa dos picos frequentes, que ocorrem, na maioria das vezes, durante as tardes.
O problema se agravou nos últimos meses, segundo os consumidores da CPFL Paulista, que também convivem, constantemente, com a chamada “meia fase” de energia, quando os aparelhos não funcionam direito, devido à baixa tensão.
Foi o que aconteceu na Escola Estadual Dr. Luiz Gama, localizada na rua Rubião Júnior. Os ventiladores rodavam as hélices vagarosamente, sem a devida velocidade para aliviar o calor escaldante dessa quinta-feira (29), quando houve várias quedas de energia ao longo do dia, segundo o professor de português Matheus Lemes.
Fora o calor, foi difícil dar aula na escola, porque os professores utilizam materiais digitais e nem os projetores, usados para exibir arquivos, como fotos e vídeos, de maneira ampliada, estavam funcionando nessa quinta-feira.
“Além de ser difícil o aluno se concentrar nesse calorão, a gente enfrentou esse outro transtorno de não ter os equipamentos funcionando adequadamente, ou seja, ficou difícil dar aula”, contou Lemes.
LÂMPADAS E EQUIPAMENTOS QUEIMADOS
No Multi Shop, centro de compras localizado no calçadão da Marechal Deodoro, as quedas de energia vêm causando muito prejuízo, segundo o administrador Marcelo Benício. Ele relata que o problema piorou muito nos últimos meses e já provocou a queima de centenas de lâmpadas, monitores, motores de bomba de água e central de alarme.
Segundo Benício, antes, o centro de compras trocada entre 10 a 20 lâmpadas ao mês, pelo tempo de uso. Agora, a troca é de mais de 50 lâmpadas mensais, o que ele atribui aos picos de energia.
“Além do prejuízo com as lâmpadas, teve um mês, no ano passado, que nós tivemos que arcar com perdas de R$ 8 mil, por causa da queima de motores de bomba de água”, contou. Ele disse que os picos de energia ocorrem, predominantemente, à tarde.
Na semana passada, a comerciante Solange Eugênio da Silva, que tem um café no Multi Shop, teve um televisor queimado. Para não deixar os clientes sem o equipamento, acabou tendo que comprar outro.
Um bar na praça São Joaquim também teve problemas, nessa quinta-feira, dia 29 de fevereiro. Sem energia constante, o estabelecimento não conseguia assar os salgados no forno elétrico nem bater as massas.
Além disso, os refrigerantes e a água vendida no local também não puderam ser geladas adequadamente para aliviar o calor dos frequentadores do bar.
OUTRO LADO
Questionada, a CPFL Paulista se eximiu do problema e atribuiu a situação a possível sobrecarga da rede, em função de novos aparelhos que estão sendo utilizados naquela região da cidade.
A empresa enviou a seguinte nota à reportagem:
“A CPFL Paulista informa que registrou situações pontuais (piscas) de energia na região mencionada, em Araçatuba, que foram brevemente resolvidos. No caso do endereço citado na Rua Rubião Júnior, a distribuidora esclarece que o problema em questão se deve à uma sobrecarga, devido a novos aparelhos que estão sendo utilizados, e há a necessidade de um ajuste na distribuição de carga do cliente. O processo está em andamento e a concessionária aguarda a finalização de trâmites, de responsabilidade do cliente, para executar a obra necessária no local.
A distribuidora esclarece também que a rede elétrica é projetada para suportar condições normais de operação, incluindo altas temperaturas. No entanto, a aquisição de equipamentos elétricos de consumo elevado, como, por exemplo, ar-condicionado, precisa ser comunicada à CPFL para não sobrecarregar a rede. Em casos de intensidade atípica, a alta demanda pode causar interrupções no fornecimento de energia em pontos isolados da cidade”.