Em mais um episódio de violência escolar, um professor de 28 anos foi brutalmente agredido por alunos em uma escola estadual localizada em São José do Rio Preto, interior de São Paulo. O ataque ocorreu na tarde de quinta-feira (29), quando o educador tentou intervir em uma confusão, buscando proteger a inspetora dos alunos que estava sendo agredida. Esta tentativa de mediar o conflito resultou em graves consequências para o professor.
Segundo relatos, ao tentar segurar um dos alunos envolvidos na briga, o professor foi derrubado e, em seguida, sofreu chutes na cabeça desferidos por cinco estudantes do ensino médio, entre eles quatro meninos e uma menina, com idades compreendidas entre 15 e 17 anos. Este ato de violência não apenas causou ferimentos físicos significativos no abdômen, peito e cabeça do professor, mas também resultou em um diagnóstico de traumatismo craniano.
A vítima recebeu atendimento imediato, sendo socorrida e encaminhada à Unidade de Pronto Atendimento (UPA), onde permaneceu em observação por seis horas antes de ser liberada. Além do atendimento emergencial, o professor passou por exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) e foi afastado de suas atividades profissionais por um período de licença médica de 15 dias.
Em resposta ao ocorrido, a Secretaria Estadual de Educação foi acionada para comentar o caso. Em nota, informou que os responsáveis pelos estudantes foram notificados e que o conselho da escola se reunirá para determinar as medidas cabíveis. Além disso, destacou-se a ação do Programa de Melhoria da Convivência e Proteção Escolar (Conviva SP), que designou um profissional de psicologia para prestar atendimento à escola e acompanhar o caso de perto.
Diante da violência sofrida e do trauma psicológico subsequente, o professor expressou sua angústia e incerteza quanto ao futuro de sua carreira. Ele destacou que, embora fisicamente recuperado, o impacto emocional e psicológico da agressão é profundo, levando-o a reconsiderar sua permanência na profissão.
“Não tenho condições de trabalhar desse jeito. Nós [professores] estamos acuados dentro da sala de aula e não podemos fazer nosso trabalho. O período noturno é o mais perigoso. Eu mesmo estou pensando em encerrar o meu contrato. Minha saúde mental e física valem muito mais”, lamenta o professor em entrevista ao g1.