A janela partidária, período em que os parlamentares podem mudar de partido político sem perder o mandato, tem início nesta quinta-feira (7). A migração pode ser feita até 6 de abril, data final do prazo de filiação para quem pretende concorrer às eleições municipais de 2024. Em Araçatuba, a maioria dos 15 vereadores ainda não definiu se irá mudar de sigla ou permanecer na atual.
Segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), de 7 de março a 5 de abril, é possível a desfiliação partidária para mudança de legenda por vereadores que queiram continuar no cargo ou pretendam concorrer ao cargo de prefeito. Já a filiação partidária para se candidato em 2024 deve ser feita até 6 de abril, ou seja, seis meses antes da eleição.
Dos 15 parlamentares de Araçatuba, apenas 4 definiram o que pretendem fazer neste período de janela partidária. Os demais aguardam definições, sobretudo dos possíveis candidatos a prefeito e seus grupos políticos, para depois decidirem em qual partido deverão concorrer ao pleito de 2024.
Na verdade, a principal definição aguardada é a do (a) candidato (a) a prefeito (a) que terá o apoio do chefe do Executivo araçatubense, Dilador Borges (PSDB), que tem 12 vereadores aliados em sua base governista.
O chefe do Executivo havia sinalizado aos parlamentares que iria formalizar seu candidato após o Carnaval, mas tudo indica que isso só será feito na próxima semana, após a filiação da vice-prefeita Edna Flor ao Republicanos, o que está previsto para esta sexta-feira (8).
No páreo, estão a própria Edna, que foi sua vice por oito anos, e o Coronel Deocleciano Borella Júnior (PSD), seu chefe de gabinete por igual período.
Os decididos
Os únicos vereadores que anteciparam o que pretendem fazer neste ano eleitoral foram os vereadores Wesley da Dialogue (Podemos), Lucas Zanatta (PL), Arlindo Araújo (MDB) e Coronel Guimarães (União Brasil). Os três primeiros pretendem permanecer em seus partidos, enquanto que Guimarães anunciou a sua ida para o Republicanos.
Wesley, que foi eleito em 2020 aos 22 anos e passou a ser o vereador mais jovem da história de Araçatuba, pretende disputar a reeleição pelo partido que o elegeu – hoje, ele preside a Comissão Provisória da sigla no município. “O partido está se preparando para agregar novas figuras e ampliar a representação na Câmara”, disse.
Zanatta, que está em seu segundo mandato, tem planos de disputar a Prefeitura de Araçatuba com o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), após ter conquistado mais de 46 mil votos para deputado estadual em 2022.
O veterano Arlindo Araújo (MDB), que está em seu oitavo mandato, disse que está observando a evolução do quadro político. “Recebi vários convites, mas a princípio gostaria de permanecer no partido atual”, afirmou.
Coronel Guimarães, que estreou na Câmara em 2021, deverá tentar a reeleição, mas pelo partido do governador Tarcísio de Freitas.
Ele fez questão de frisar que vem conversando com o partido há bastante tempo e que sua ida para a sigla nada tem a ver com a chegada ao partido da vice-prefeita de Araçatuba, que irá assinar sua filiação ao Republicanos na próxima sexta-feira (8).
“O União Brasil tem três vereadores e é muito difícil um partido fazer três vereadores. Como recebi o convite, vou para o Republicanos”, justificou Guimarães. Os outros dois parlamentares da sigla são Antonio Edwaldo Dunga Costa e Cristina Munhoz.
Em compasso de espera
Dunga disse que ainda vai decidir, até o fim deste mês, se fica em seu partido atual ou se vai para o Progressistas. Cristina Munhoz afirmou que aguarda algumas posições antes de tomar sua decisão.
O vereador Gilberto Batata Mantovani, que está há exatos 20 anos no PL (Partido Liberal), também aguarda a formação dos grupos partidários para definir seu futuro. O mesmo ocorre com a vereadora Regininha (Avante), Nelsinho Bombeiro (PV) e Maurício Bem-Estar (PP).
Fusões e articulações
O pastor João Moreira (PP), que assumiu uma cadeira na Câmara após a cassação do mandato do então vereador Evandro Molina, disse vai esperar algumas definições. Ele cita que há proposta de unificação de alguns partidos, incluindo o próprio Progressistas, que pode se fundir com o União Brasil.
O vereador Luiz Boatto diz que as articulações políticas ainda exigem atenção para definir a legenda. “Opções a gente tem, mas não há nada definido. Estamos conversando para definir isso”, disse.
Arnaldinho (Cidadania) disse que aguarda as definições do prefeito e da vice-prefeita. “Só aí é que vou avaliar se fico no Cidadania ou vou para outro partido. Estou aberto ao diálogo”, afirmou.
Tucanos
Já o tucano Dr. Alceu (PSDB) disse que está analisando a conjuntura. Ele citou que nesta terça-feira haverá reunião do diretório de seu partido e citou, ainda, que terá eleição do presidente do diretório estadual da sigla.
“A gente tem a legenda garantida no PSDB, por onde fui eleito. Em outros partidos, não há garantia. Por enquanto, fico no PSDB”.
O líder do governo na Câmara, vereador Dr. Jaime (PSDB) foi o único que não respondeu ao questionamento da reportagem.