Em uma demonstração de eficiência médica e logística, o Hospital da Criança e Maternidade (HCM) de São José do Rio Preto protagonizou um evento marcante. Ana Lívia Prado, uma menina de três anos, recebeu um transplante de coração apenas algumas horas após ser colocada na fila de espera, em um dos procedimentos mais rápidos da história da instituição.
Diagnóstica com uma condição congênita grave que fazia seu coração crescer muito além do tamanho normal para sua idade, Ana Lívia foi rapidamente elevada ao segundo lugar na lista de prioridades para transplantes. O coração compatível veio de uma criança que, infelizmente, faleceu devido a complicações da hidrocefalia em Cuiabá, Mato Grosso.
Ulisses Crotti, coordenador do Centro do Coração da Criança do HCM, detalhou a corrida contra o tempo: “Com o coração do doador em Cuiabá, pegamos um helicóptero até o aeroporto, depois um avião até Rio Preto, e a Guarda Civil Municipal nos escoltou até o hospital. Tudo isso para ser mais rápido.” Essa operação minuciosamente coordenada garantiu que o transplante fosse realizado dentro do breve período de viabilidade do órgão.
O sucesso da cirurgia, que durou 3h20, não representa apenas um feito médico; ilustra a importância da doação de órgãos e o impacto que gestos de solidariedade podem ter. A rápida localização de um doador compatível e a agilidade do transporte e da cirurgia são destacados pela equipe do HCM como recordes no serviço de transplantes do hospital.
Ana Lívia agora se recupera na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde segue extubada e em condição estável. Sua história não é apenas sobre a luta por uma nova chance de viver, mas também sobre gratidão. Talissa Prado, sua mãe, expressou profundo agradecimento à família do doador e à equipe médica: “Que ela [a mãe do doador] receba minha gratidão como conforto… E que ela se sinta feliz, porque esse coraçãozinho tão importante para ela bate no peitinho da minha filha.”