Em meio à conturbada queda nas ações da Petrobras, que viu seu valor de mercado despencar em mais de R$ 55 bilhões na última sexta-feira, o senador Cleitinho (Republicanos-MG) se destacou ao defender a abordagem do governo Lula. A desvalorização ocorreu após a estatal anunciar mudanças em sua política de dividendos, suscitando debates sobre a interferência do governo nas operações da empresa.
Segundo Cleitinho, a crítica situação não justifica um retorno às práticas anteriores, marcadas por lucros exorbitantes acompanhados de preços elevados de combustíveis. “[Não adianta] a Petrobras ter lucro exorbitante e a gasolina ficar cara”.
Para ele, a Petrobras deve buscar um equilíbrio, evitando tanto o prejuízo quanto a corrupção, de modo que os lucros possam beneficiar diretamente a população através da redução dos preços da gasolina. “Como o governo é o maior acionista, ela não pode dar prejuízo nem ter corrupção. Tendo lucro, pode dar uma contrapartida para o povo, que é a gasolina mais barata”, defendeu.
As reações à nova política de dividendos da Petrobras e à queda subsequente de suas ações foram mistas. Enquanto alguns congressistas da oposição expressaram preocupação, apontando para uma possível maior intervenção estatal e má gestão econômica, a base do governo minimizou as críticas, enfatizando a necessidade de uma Petrobras que sirva aos interesses do povo brasileiro.
A posição de Cleitinho contrasta especialmente com a de membros do partido de Jair Bolsonaro, como o senador Ciro Nogueira (PP-PI) e a deputada Bia Kicis (PL-DF), que criticaram abertamente a decisão da Petrobras, vendo-a como um passo em direção a uma maior intervenção governamental e, por extensão, risco à liberdade econômica.