O Brasil registrou um crescimento histórico de 20% nos casamentos entre pessoas do mesmo sexo em 2022, em comparação com o ano anterior. Este aumento, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), destaca uma tendência de crescimento cinco vezes superior à observada em casamentos entre pessoas de sexo oposto, que aumentaram apenas 4% no mesmo período.
Em 2022, foram celebrados 11 mil casamentos homoafetivos, o maior número desde 2013, quando uma resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) garantiu à população LGBTQIA+ o direito ao casamento civil. Estas uniões representaram 1,1% do total de casamentos registrados no país, evidenciando uma gradual, porém firme, incorporação da diversidade nos registros civis brasileiros.
O estudo do IBGE também revelou que houve crescimento em todas as regiões do Brasil, com o Norte apresentando a maior alta, de 32,8%, seguido pelo Sudeste com 23,9% e pelo Sul com 19,5%. Dentre esses casamentos, os casais entre mulheres representam 60% do total, destacando-se como a maioria dentre as uniões homoafetivas.
Apesar do crescimento observado em casamentos homoafetivos, o número total de casamentos no país subiu apenas 4%, alcançando 970.041 uniões. Esse número ainda está abaixo da média anual registrada antes da pandemia, que girava em torno de 1 milhão de casamentos entre 2015 e 2019.
A taxa de nupcialidade, que oferece uma dimensão dos registros de casamentos em relação à população, situou-se em 5,9 casamentos por mil habitantes em 2022. As regiões Nordeste e Sul registraram as menores taxas, enquanto as regiões Sudeste e Centro-Oeste apresentaram as maiores.