A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) deve ser convocada pela Polícia Federal (PF) para prestar esclarecimentos sobre sua suposta participação em esquemas para a realização de um golpe de Estado. A informação vem à tona após declarações do ex-comandante da Aeronáutica, Carlos de Almeida Baptista Jr., indicando que Zambelli teria tentado pressioná-lo a aderir a planos golpistas.
Durante um evento da Força Aérea Brasileira (FAB), realizado em Pirassununga, São Paulo, em 8 de dezembro de 2022, a parlamentar bolsonarista teria abordado Baptista Jr. com mensagens que insinuavam um apoio ao então presidente Jair Bolsonaro, após sua derrota nas eleições. “Não deixe o presidente Bolsonaro na mão”, teria sido a solicitação de Zambelli, conforme relatado pelo ex-comandante em seu depoimento à PF.
A resposta de Baptista Jr. foi firme ao negar qualquer envolvimento em ações ilegais. “Deputada, entendi o que a senhora está falando e não admito que a senhora proponha qualquer ilegalidade”, afirmou, marcando sua posição contra a proposta.
Além de comunicar o incidente ao então ministro da Defesa, Paulo Sergio de Oliveira, o ex-comandante também relatou ter discutido a abordagem de Zambelli com o General Heleno, ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que teria reagido com surpresa e desconversado sobre o assunto.
A convocação de Zambelli pela PF busca esclarecer essas alegações e entender melhor o contexto e a extensão das tentativas de interferência política por parte da deputada e de outros envolvidos. A defesa de Zambelli, por sua vez, nega qualquer pedido ilegal, alegando que, se houve alguma solicitação, foi motivada pela decepção com o resultado eleitoral.