Alexandre Nardoni, condenado em 2008 pelo assassinato de sua filha Isabella Nardoni, poderá avançar para o regime aberto a partir de 6 de abril de 2024. Essa possibilidade surge após Nardoni conseguir reduzir seu tempo de encarceramento em quase mil dias, graças à sua participação em atividades laborais na penitenciária e ao engajamento em programas de leitura, elementos previstos no Código Penal brasileiro como redutores de pena.
Desde sua transferência para o regime semiaberto em 2019, Nardoni tem se envolvido em trabalhos externos ao presídio, contribuindo na produção de materiais diversos como carteiras escolares e pastilhas desinfetantes, sob a égide da Fundação Prof. Dr. Manoel Pedro Pimentel (Funap). A legislação penal brasileira permite a redução da pena por meio do trabalho e da educação, estratégia que Nardoni utilizou eficazmente para diminuir o tempo restante de sua condenação original de mais de 30 anos.
Adicionalmente, Nardoni se beneficiará de uma saída temporária de cinco dias em 14 de março de 2024, um dos direitos concedidos aos detentos em regime semiaberto, conforme autorizado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo.
A notícia da progressão para o regime aberto, contudo, reacendeu a dor da família de Isabella. Em entrevista concedida à apresentadora Patrícia Poeta no programa Encontro da Rede Globo, Ana Carolina Oliveira, mãe de Isabella, expressou seu descontentamento e dor pela possível liberdade de Nardoni. “Como mãe e até em memória da minha filha, a gente sabe que isso vai acontecer, mas não espera que aconteça tão cedo”, declarou Oliveira, evidenciando a perpetuação do luto e da indignação frente à perda da filha.
Paralelamente, Anna Carolina Jatobá, madrasta de Isabella e também condenada como cúmplice no crime, já desfruta do regime aberto desde junho de 2023, com algumas restrições de movimentação que, em certas ocasiões, foram flexibilizadas pela Justiça.