Nos três primeiros meses de 2024, as Américas enfrentam um cenário alarmante com mais de 3,5 milhões de casos de dengue registrados, um número que já supera em três vezes o total de casos do mesmo período do ano passado. A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) lançou um alerta nesta quinta-feira (28), indicando a gravidade da situação.
Os países mais afetados, Brasil, Argentina e Paraguai, concentram mais de 90% dos casos reportados e mais de 80% das mortes por dengue no continente. O Brasil lidera o triste ranking com 2.966.339 casos e 758 mortes, seguido de perto pelo Paraguai e pela Argentina, mostrando a vasta disseminação da doença.
Durante uma coletiva de imprensa, Jarbas Barbosa, diretor-geral da Opas, classificou a situação como “preocupante”. Ele destacou que, além do aumento significativo de casos, todos os quatro sorotipos da dengue estão circulando simultaneamente nas Américas, elevando consideravelmente o risco de casos graves.
Um fator agravante para este surto sem precedentes são as condições ambientais adversas, como altas temperaturas e ondas de calor, que facilitam a proliferação do Aedes aegypti, mosquito vetor da dengue. Essas condições levam as pessoas a armazenarem água de maneira inadequada, criando ambientes propícios para a reprodução do mosquito.
A comparação com a emergência sanitária declarada pela OMS em 2016 devido ao vírus Zika foi abordada. Jarbas Barbosa explicou que, embora a dengue apresente um aumento na transmissão, não houve mudança na expressão clínica da doença que justifique uma declaração de emergência internacional.