Em um cenário onde a desinformação se espalha tão rapidamente quanto um vírus, a vacina QDenga, recentemente incorporada ao Sistema Único de Saúde (SUS) para combater a dengue, tornou-se alvo de alegações falsas e vídeos editados que circulam nas redes sociais. Essas publicações enganosas sugerem, sem qualquer embasamento científico, que o imunizante causaria câncer, alteraria o DNA humano e seria transgênico, alcançando 5.000 curtidas no Instagram e centenas de compartilhamentos no Facebook.
Dráuzio Varella, médico e comunicador científico, foi citado como fonte dessas alegações através de vídeos manipulados que omitiam suas declarações sobre a segurança e eficácia da vacina. Trechos de seu vídeo foram cortados propositalmente para difundir a informação falsa.
Na verdade, Varella tem se manifestado ativamente contra tais desinformações, reforçando que a QDenga é segura e recomendando a vacinação como meio de proteção contra a infecção. Veja o vídeo abaixo onde o médico confirma a segurança da vacina.
Os estudos clínicos que embasam a segurança e eficácia da QDenga foram rigorosamente avaliados pela Anvisa, que atestou a ausência de riscos como o desenvolvimento de câncer entre os vacinados. Além disso, a vacina emprega a tecnologia do vírus atenuado, incapaz de alterar o DNA humano, desmentindo outra alegação comum entre os propagadores de fake news.
A confusão sobre a tecnologia do DNA recombinante, também utilizada na vacina contra a Covid-19, foi esclarecida: ao contrário do que sugerem as falsas afirmações, essa técnica não está relacionada à transgenia, processo que envolve a transferência de características específicas entre diferentes organismos.
QDenga
O imunizante QDenga foi incorporado ao SUS ainda em 2023 e o anúncio de uma campanha nacional de vacinação veio em janeiro de 2024. O Ministério da Saúde adquiriu todas as vacinas contra a dengue que foram disponibilizadas pelo fabricante, visando iniciar a vacinação o quanto antes. Contudo, a quantidade de doses está limitada à capacidade operacional e logística do fabricante.
Diante da capacidade limitada de fabricação das doses da vacina pela farmacêutica, cerca de 3,2 milhões de pessoas devem ser vacinadas ao longo de 2024. A primeira remessa, com cerca de 757 mil doses, chegou ao Brasil no dia 20 de janeiro. Mais 568 mil doses estão previstas para chegar ainda no mês de fevereiro. Além disso, o Ministério da Saúde adquiriu mais 5,2 milhões de doses. Para 2025, a pasta já contratou nove milhões de vacinas.