Um homem de 27 anos, apontado como um dos líderes de uma quadrilha responsável por financiar o mega-assalto ocorrido em Araçatuba (SP), foi preso pela Polícia Civil nessa quarta-feira (31), em Boituva, interior de São Paulo.
O homem, que não teve o nome divulgado, foi localizado em condomínio de alto padrão após investigação da Deic (Divisão Especializada de Investigações Criminais). O mega-assalto a duas agências bancárias ocorreu em agosto de 2021 e deixou três mortos. Na ocasião, cerca de 40 criminosos fugiram com cerca de R$ 17 milhões roubados do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal).
Na ação dessa quarta, os agentes da Polícia Civil cumpriram um mandado de prisão expedido pela Justiça de Sorocaba (SP). Durante a investigação, os policiais descobriram que entre os crimes atribuídos ao acusado estava o financiamento do mega-assalto em Araçatuba. Outros detalhes da investigação estão sob sigilo. O acusado foi encontrado em casa e levado para a Deic de Sorocaba. De lá, seria encaminhado para um presídio de segurança máxima.
No início de janeiro deste ano, um homem também suspeito de financiar o mega-assalto em Araçatuba morreu após uma troca de tiros com a Polícia Militar de Goiás, entre os municípios de Guapó e Aragoiânia, na Região Metropolitana de Goiânia.
Cidade sitiada
O terror em Araçatuba começou na madrugada do dia 30 de agosto de 2021, quando bandidos encapuzados invadiram a cidade fortemente armados, em cerca de 10 carros, e fecharam o centro da cidade para assaltar as agências da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil.
Após a investida, os assaltantes abordaram pedestres e motoristas e os tomaram como reféns. Alguns foram colocados amarrados sobre capôs dos carros usados durante a fuga dos bandidos, para que servissem de “escudo humano” e evitar a ação da polícia. Os assaltantes também cercaram a sede do CPI-10 (Centro de Policiamento do Interior 10) e a do Baep (Batalhão de Ações Especiais da Polícia Militar).
Os criminosos ainda queimaram um caminhão e o deixaram atravessado em uma das entradas da cidade, para impedir a passagem de reforços policiais enviados de cidades vizinhas e chegaram a usar drones para monitorar o movimento dos policiais.
O centro da cidade foi transformado em um verdadeiro campo mimado, pois os bandidos espalharam explosivos em pelo menos 20 pontos. Um deles feriu gravemente um rapaz de 26 anos, que teve os pés amputados e a mão direita gravemente ferida. Agentes do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais) foram chamados de São Paulo para desarmar os artefatos.
Apesar de a ação ter sido cinematográfica, o roubo foi considerado um fracasso, já que o cofre maior de um dos bancos acionou um sistema moderno de segurança, picotou e manchou as notas que seriam roubadas. O valor levado pelos bandidos, segundo fontes extraoficiais, não foi nem 30% do planejado pelos criminosos.