Na terça-feira, 27, uma revelação movimentou os dirigente do Partido Liberal (PL) no Brasil. Darci Alves Pereira, réu confesso do assassinato do ambientalista e seringueiro Chico Mendes em 1988, havia assumido a presidência do diretório municipal do PL em Medicilândia, no interior do Pará, desde novembro do ano passado, com a cerimônia oficial de posse ocorrendo apenas em janeiro deste ano.
A situação ganhou ampla visibilidade quando veículos de imprensa, como o jornal ECO e o Estadão, divulgaram a história, destacando o passado criminoso de Pereira, que se apresenta nas redes sociais como “Pastor Daniel” e pré-candidato a vereador. A repercussão negativa levou Valdemar Costa Neto, presidente nacional do PL, a intervir diretamente no caso, determinando o afastamento imediato de Pereira do cargo partidário.
Valdemar Costa Neto expressou surpresa e descontentamento ao descobrir as acusações históricas contra Pereira, enfatizando a importância da ética e da responsabilidade na escolha de representantes partidários. A decisão de afastamento foi comunicada através de uma nota à imprensa, na qual Costa Neto agradeceu à imprensa pelo papel crucial em trazer à luz fatos tão significativos. “Agradeço à imprensa por trazer ao nosso conhecimento esse importante fato”.
Darci Alves Pereira e seu pai, Darly Alves da Silva, foram condenados em 1990 pela morte de Chico Mendes, após um julgamento que chamou atenção nacional e internacional para os conflitos ambientais e de terra no Brasil, especialmente na região do Acre. O caso Chico Mendes tornou-se um símbolo da luta pela conservação ambiental e pelos direitos dos povos da floresta.
Medicilândia, onde Pereira assumiu o diretório do PL, é um município localizado a 900 quilômetros de Belém, capital do Pará, com uma população estimada em quase 32.000 habitantes, segundo dados do IBGE de 2020.