A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (8) a Operação Tempos Veritatis, focada em investigar uma suposta tentativa de golpe de Estado. Esta operação coloca no centro das atenções o ex-presidente Jair Bolsonaro, evidenciando a amplitude das investigações sobre as ações ocorridas após as eleições de 2022.
Determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a operação tem entre suas principais medidas a apreensão do passaporte de Bolsonaro. Como o documento não estava em sua residência durante a operação, em Angra dos Reis (RJ), os policiais deram 24 horas para que ele o entregue. Além disso, Bolsonaro foi explicitamente proibido de fazer qualquer tipo de contato com outros investigados na operação.
“A operação é deflagrada após o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tentente-coronel Mauro Cid, ter fechado acordo de colaboração premiada junto a investigadores da PF. O acordo foi enviado à Procuradoria-Geral Federal (PGR) e já recebeu a homologação pelo STF.”, informou a PF.
A Operação Tempos Veritatis realizou um total de 33 mandados de busca e apreensão e quatro mandados de prisão preventiva, abrangendo um vasto espectro geográfico que inclui estados como Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, entre outros.
Dentro do escopo da investigação, as autoridades identificaram a formação de núcleos organizados com o propósito de disseminar alegações de fraude eleitoral antes mesmo da realização das eleições, com o intuito de legitimar uma possível intervenção militar.
Entre os alvos da operação estão 16 militares, incluindo membros das Forças Especiais do Exército, os chamados “kids pretos”. O Exército Brasileiro acompanha o cumprimento de alguns mandados.
São alvos de buscas:
- General Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil;
- General Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
- General Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
- General Estevam Cals Theóphilo Gaspar de Oliveira, ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército;
- Almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante-geral da Marinha;
- Anderson Torres, delegado da PF e ex-ministro da Justiça;
- Valdemar Costa Neto, presidente do PL, partido de Bolsonaro;
- Tercio Arnoud Thomaz, ex-assessor de Bolsonaro, conhecido como um dos pilares do chamado “gabinete do ódio”.
- Ailton Barros, coronel reformado do Exército.
Além deles, são alvos de mandados de prisão:
- Filipe Martins, ex-assessor especial de Bolsonaro;
- Marcelo Câmara, coronel do Exército e ex-assessor especial de Bolsonaro;
- Coronel do Exército Bernardo Romão Correa Neto;
- Major Rafael Martins de Oliveira.