Em um encontro marcado pelo simbolismo, o presidente argentino Javier Milei apresentou suas desculpas ao Papa Francisco, acompanhadas de um presente singularmente argentino: alfajores e biscoitos tradicionais. Esta reunião, realizada no Vaticano nesta segunda-feira (12), evidencia uma tentativa de reconciliação e suavização das relações após Milei ter anteriormente criticado o Papa com termos fortes, chamando-o de “imbecil” e “representante do mal”.
O gesto de Milei não apenas reflete uma mudança de tom em seu discurso, mas também uma estratégia para reforçar o apoio entre sua base católica conservadora, em um momento em que a Argentina atravessa sua pior crise econômica em décadas. A inflação do país supera os 200%, com a pobreza afetando cerca de 40% da população.
Antes deste encontro privado, Milei e o Papa já haviam trocado palavras durante a missa de canonização de María Antonia de Paz y Figueroa, “Mama Antula”, no domingo (11). O Papa, que enfrenta dificuldades para andar e estava em uma cadeira de rodas, cumprimentou Milei com um sorriso, brincando sobre seu cabelo, o que aliviou o clima entre os dois.
Respondendo a perguntas sobre os insultos passados, um representante do Vaticano enfatizou o carinho do Papa por todos, indicando ausência de animosidade. O cardeal Victor Manuel Fernandez, argentino, interpretou os comentários de Milei como parte de uma estratégia de campanha, reiterando o compromisso do Papa com os que sofrem, apesar de suas reservas sobre certas tendências políticas e ideológicas na Argentina.
Milei, ao chamar Francisco de “o argentino mais importante da história”, destaca a estatura global do Papa e a importância de manter um diálogo aberto e respeitoso, independentemente das diferenças ideológicas.