O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou suas declarações controversas, nas quais comparou as ações militares de Israel na Faixa de Gaza com os atos perpetrados por Adolf Hitler contra os judeus durante a Segunda Guerra Mundial. Esta posição do presidente brasileiro veio à tona durante uma entrevista concedida ao jornalista Kennedy Alencar, da RedeTV!, gerando uma intensificação da crise diplomática entre Brasil e Israel.
A comparação original, feita por Lula durante uma viagem à Etiópia neste mês, não só desencadeou uma forte reação do governo israelense, como também levou à declaração de Lula como “persona non grata” pelo chanceler israelense, Israel Katz. O incidente escalou com a reprimenda ao embaixador brasileiro em Tel Aviv, durante uma visita ao Memorial do Holocausto Yad Vashem, em Jerusalém, e com a convocação do embaixador israelense pelo Brasil para cobrar explicações.
“Eu diria a mesma coisa. Porque é exatamente o que está acontecendo na Faixa de Gaza. A gente não pode ser hipócrita de achar que uma morte é diferente da outra”, disse Lula, defendendo sua posição e reiterando sua crítica ao que considera um genocídio em Gaza. Segundo o presidente, a disparidade de forças entre o exército israelense e a população palestina justifica sua comparação.
Lula também esclareceu que não utilizou a palavra “Holocausto” especificamente, argumentando que essa foi uma “interpretação” do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. Essa distinção, no entanto, não aliviou as tensões entre os dois países, com Lula expressando pouco otimismo quanto à compreensão de sua mensagem por parte de Israel.
O conflito em Gaza, que provocou a declaração de Lula, começou com uma série de ataques pelo grupo militante Hamas contra cidades israelenses em 7 de outubro, resultando em 1.200 mortes e 253 reféns, conforme registros israelenses. A resposta militar de Israel ao ataque do Hamas tem sido devastadora, com quase 30.000 palestinos mortos, incluindo quase 11 mil crianças, de acordo com autoridades de saúde de Gaza.