Em um momento que marca a reconciliação e a surpresa, o presidente argentino Javier Milei encontrou-se com o Papa Francisco na Basílica de São Pedro, em Roma, após ter dirigido críticas severas ao pontífice no passado. O gesto de Milei, curvando-se para cumprimentar e abraçar o Papa no final da missa de canonização da beata Maria Antonia de Paz y Figueroa, conhecida como Mama Antula, simboliza uma virada notável em sua postura pública.
A canonização de Mama Antula, a primeira santa argentina, foi o cenário para esse encontro emblemático. Milei, que anteriormente havia chamado Francisco de “imbecil” e “representante do mal”, mostrou respeito e deferência, levantando-se quando o Papa entrou na basílica e ajoelhando-se durante a missa.
O encontro entre os dois líderes argentinos não se limitou a gestos simbólicos. Eles conversaram antes da missa, segundo informações do Vaticano, estabelecendo um primeiro contato que precede uma audiência mais formal agendada para a manhã seguinte. Este diálogo oferece uma oportunidade para abordar as divergências ideológicas que os separam, especialmente em questões econômicas e sociais, como a abordagem da pobreza, que afeta 40% da população argentina.
A semana de Milei foi marcada por uma agenda intensa, incluindo uma viagem a Jerusalém, onde rezou no Muro das Lamentações, e desafios políticos domésticos, como o fracasso de um pacote de reformas. Apesar das críticas e controvérsias, o presidente encontrou tempo para visitar Roma, culminando na visita à Basílica de São Pedro.
A expectativa em torno do encontro com o Papa é grande, especialmente considerando as visões contrastantes sobre como enfrentar a desigualdade e a pobreza. O Papa Francisco tem criticado os excessos do liberalismo, enquanto Milei defende uma agenda ultraliberal e de desregulamentação.
Além do Papa, Milei tem encontros agendados com líderes italianos, incluindo o presidente Sergio Mattarella e a primeira-ministra Giorgia Meloni, com quem discutirá questões bilaterais e de interesse mútuo.