Em recente movimento nas relações diplomáticas entre Brasil e Israel, o governo israelense declarou, nesta segunda-feira (19), o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, como “persona non grata”. Essa decisão foi tomada após comentários do presidente brasileiro, que comparou as ações militares de Israel na Faixa de Gaza ao extermínio de judeus perpetrado pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.
A controvérsia ganhou força um dia após Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, anunciar que convocaria o embaixador brasileiro para uma “dura conversa de repreensão”. A crise diplomática se agravou quando Israel Katz, ministro das Relações Exteriores de Israel, expressou, através das redes sociais, a posição do governo israelense, afirmando que o país não perdoaria ou esqueceria as comparações feitas por Lula até que houvesse um pedido de desculpas e retratação.
O conflito entre Israel e o grupo Hamas, na Faixa de Gaza, iniciado no começo de outubro de 2023, resultou em mais de 29 mil mortes, agravando ainda mais as tensões na região. A comparação feita por Lula, segundo Katz, constituiu um “grave ataque antissemita” e uma profanação da memória das vítimas do Holocausto.
Na semana anterior à declaração de “persona non grata”, Lula havia classificado a resposta militar de Israel como “genocídio” e “chacina”, mencionando especificamente a situação na Faixa de Gaza e a história do povo palestino sob uma luz comparável ao tratamento dos judeus sob o regime de Hitler. Cerca de 10 mil crianças já perderam a vida da Faixa de Gaza.
Celso Amorim, assessor especial para assuntos internacionais da Presidência da República, considerou a decisão de Israel como absurda, argumentando que isso apenas contribui para o isolamento internacional de Israel. Amorim enfatizou que, atualmente, Lula é uma figura de destaque no cenário mundial, enquanto Israel enfrenta críticas por suas ações.