Em uma acusação grave feita recentemente, o Catar apontou Israel como responsável por uma situação humanitária desoladora, acusando-o de deixar o povo palestino “deliberadamente passando fome”. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Catar fez um apelo à comunidade internacional, solicitando pressão sobre o governo de Israel para mudar essa realidade preocupante.
Segundo Majed Al Ansari, porta-voz do ministério, “a fome deliberada do povo palestino é intolerável”, e a comunidade internacional deve se posicionar firmemente contra essa questão. Ele destaca que as ajudas enviadas a Gaza representam apenas uma fração do necessário para suprir as necessidades básicas da população.
A situação em Gaza é alarmante: cerca de 2,5 milhões de pessoas vivem sem acesso a serviços de saúde ou emergência adequados. Além disso, mais de um milhão de indivíduos estão abrigados em tendas no sul da Faixa de Gaza, enfrentando condições precárias de vida.
O Catar tem feito esforços significativos para mitigar a crise, enviando 80 aviões com mantimentos para a região através de uma ponte aérea. No entanto, Al Ansari aponta para os “grandes e contínuos” desafios em garantir que a ajuda humanitária chegue efetivamente aos que mais precisam.
A comunidade internacional ainda não exerceu pressão suficiente sobre Israel para permitir a entrada total e incondicional de ajuda a Gaza, segundo o Estado do Catar. A questão da ajuda humanitária tem sido uma das pautas negociadas, o que é considerado “doloroso” pelo porta-voz, especialmente com a aproximação do mês sagrado do Ramadã.
Na terça-feira anterior, a ONU também acusou Israel de bloquear a entrada de ajuda em Gaza, com caravanas de ajuda humanitária sendo barradas pelas autoridades israelenses. A última ajuda a entrar em Gaza foi há mais de um mês, deixando a região em uma situação ainda mais crítica.
Com o Ramadã se aproximando, aumentam as preocupações sobre a escalada de tensões. O ministro de Defesa de Israel alertou sobre o risco de grupos como o Irã, o Hamas e o Hezbollah aproveitarem os feriados para intensificar ataques contra Israel.