Na Alemanha, a primeira sessão de julgamento de Christian Bruckner, principal suspeito do desaparecimento de Madeleine McCann, foi adiada nesta sexta-feira (16), após uma controvérsia inesperada envolvendo uma das juradas. A jurada em questão, identificada como Britta T. D., foi acusada de publicar opiniões nas redes sociais sobre o ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, consideradas incompatíveis com a Lei Fundamental da Alemanha.
Antes mesmo de iniciar os procedimentos, o advogado de defesa, Dr. Friedrich Fülscher, solicitou a consideração de Britta T. D. como parcial devido a suas publicações de 2019 no X (antigo Twitter), onde insultou Bolsonaro e fez comentários extremos como “Matem esse demônio” e “Esse cretino deve ser destruído”. Essas declarações provocaram discussões acaloradas no tribunal, levando à conclusão de que a postura da jurada era inadequada para o julgamento.
Após deliberar por 30 minutos, o tribunal decidiu adiar a sessão, concordando que “declarações fora do sistema legal” e “pedidos de homicídio” não são toleráveis, resultando na necessidade de substituir a jurada. Este incidente foi confirmado por reportagens do jornal alemão Bild e comentários do promotor público Ute Lindemanna, reforçando o compromisso com um julgamento justo.
A nova data para o julgamento foi marcada para a próxima sexta-feira, 23 de fevereiro, enquanto a defesa de Bruckner expressou otimismo, com Friedrich Fülscher mencionando ter “muitos trunfos na manga”. O julgamento é parte de um caso que ganhou atenção internacional, com Madeleine McCann desaparecendo em 2007 na Praia da Luz, em Portugal. Embora Bruckner seja o principal suspeito, o atual julgamento foca em crimes sexuais relacionados, não diretamente no desaparecimento de Maddie.
A previsão é que, excluindo atrasos, o veredito seja anunciado em 27 de junho, após 29 dias de julgamento e o depoimento de mais de 40 testemunhas, marcando mais um capítulo neste caso prolongado e complexo.