O Brasil registrou mais de 45 mil casos de covid entre os dias 11 e 17 de fevereiro. É o maior número de casos na comparação entre as semanas epidemiológicas de 2024. Quase 200 pessoas morreram por causa da doença somente este ano, de acordo com o painel de casos do Ministério da Saúde.
O último boletim Infogripe Fiocruz também mostrou que os diagnósticos de Síndrome Respiratória Aguda Grave, associados à covid, aumentaram principalmente na região Sudeste e Centro-Oeste.
No Rio de Janeiro, por exemplo, na primeira semana epidemiológica do ano 10,5% testes de antígeno realizados na rede pública tiveram resultados positivos. Já na semana 7, de 11/02 a 17/02, a taxa de positividade subiu para quase 30%, passando de 43% entre os testes do tipo RT-PCR.
O coordenador do Infogripe, Marcelo Gomes, avalia que os aumentos podem fazer parte dos ciclos de picos da doença em diferentes regiões, mas também podem refletir a maior circulação das pessoas nas festas de fim de ano e carnaval.
“A gente tem o Norte já diminuindo, encerrando seu ciclo, mas o centro-sul voltando a apresentar um aumento. E aí pode ser, eventualmente, até a própria questão de que essa região centro-sul do país oi justamente a primeira a iniciar o ciclo, lá em setembro do ano passado. Então, já se vão alguns meses desde o último pico, desde o último ciclo de aumento da covid. E também, obviamente, a própria questão da grande circulação de pessoas na virada do ano e a questão do carnaval”, avalia.
O pesquisador reforça que a primeira recomendação para conter o aumento de casos continua sendo a vacinação, que previne os quadros graves.
“Quando a gente pensa em internações, em mortes, a bivalente continua sendo eficaz. O que a gente tem disponível no Brasil continua dando conta do recado pra diminuir o risco de agravamento. Então, é fundamental que a população esteja em dia. E aí lembrar, especialmente, que são os grupos de risco, que agora a gente tem uma convocação, uma recomendação para reforços anuais, que façam esses reforços quando chegar a hora”, salienta.
Marcelo Gomes também afirma que a população deve voltar a recorrer a outras ferramentas para ajudar a diminuir a circulação do vírus, como o uso de boas máscaras, principalmente pelas pessoas que são do grupo de risco e em locais como transporte público.
O Ministério da Saúde também recomenda a vacinação como melhor forma de proteção contra a covid e recomenda que a população reforce o uso de máscaras em ambientes de maior risco.
A partir deste ano, a imunização contra a Covid foi incluída no Calendário Nacional de Vacinação das crianças de 6 meses a menores de 5 anos. Grupos prioritários a partir de 5 anos e com maior vulnerabilidade ou condição que aumenta o risco para formas graves da doença têm indicação de dose anual. Já pessoas com 60 anos ou mais, imunocomprometidos, gestantes e lactantes, devem tomar uma dose semestral. (Agência Brasil)