Um homem de 44 anos, identificado pela iniciais J. de O., foi capturado na manhã desta quarta-feira (7) em Valinhos, na região metropolitana de Campinas, durante uma operação do Baep (Batalhão de Ações Especiais de Polícia) em conjunto com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado, o Gaeco do Ministério Público, para apurar os ataques às forças policiais orquestrados por uma facção criminosa em 2006.
As buscas e um mandado de prisão foram cumpridos em uma casa no bairro Vale Verde. O alvo foi um homem foragido desde 2005. Na casa, foi localizada uma pistola calibre 9 milímetros e munição.
Mega-Assalto em Araçatuba
De acordo com o Baep de Campinas, o homem também é acusado de participar de um dos maiores assaltos ocorridos no interior paulista, contra três agências bancárias em Araçatuba, em 2021, que acabou com três pessoas mortas, incluindo um personal trainer mantido como refém, um empresário que se aproximou das agências bancárias fazendo filmagens durante a ação criminosa e um bandido integrante do bando.
O GATE (Grupo de Ações Táticas Especiais) da Polícia Militar de São Paulo desarmou cerca de 40 bombas e inutilizou pelo menos 50 quilos de explosivos deixados pelos criminosos. A quadrilha iniciou os ataques com explosivos e armas de fogo de grosso calibre pouco depois da meia noite do dia 30 de agosto.
O homem preso também é apontado como integrante do bando que assaltou uma agência bancária em Confresa (MT) em maio do ano passado.
Onda de ataques
A onda de ataques contra as forças de segurança que motivou mais uma ação do Baep nesta quarta-feira foi em maio de 2006. No total 564 pessoas foram mortas e 110 ficaram feridas em todo o Estado de São Paulo entre 12 e 21 de maio de 2006, do quais 505 eram civis e 59 agentes públicos.
O ataque ocorreu após decisão da Secretaria da Administração Penitenciária do Estado de São Paulo de transferir 765 presos para a penitenciária 2 de Presidente Venceslau, unidade de segurança máxima localizada no interior paulista, depois que escutas telefônicas terem revelado que facções criminosas planejavam rebeliões para o Dia das Mães daquele ano.
Entre os presos a serem transferidos estava Marcos Willians Herbas Camacho, o “Marcola”, considerado o chefe da facção na época. Em represália, a facção articulou rebeliões em 74 penitenciárias paulistas e na madrugada do dia 12, agentes de segurança pública, viaturas, delegacias de polícia, cadeias e prédios públicos passaram a ser alvo de ataques de criminosos.