Quatro jovens perderam a vida devido a uma intoxicação por monóxido de carbono, causada por modificações em uma BMW. O caso ganhou um novo capítulo com a investigação da Polícia Civil de Santa Catarina sobre a oficina mecânica de Aparecida de Goiânia, suspeita de ter realizado uma das customizações no veículo.
Segundo informações apuradas, a oficina em questão, inaugurada há 11 anos, terceirizou a instalação da peça automotiva responsável pela customização. O advogado do proprietário da oficina, ainda sem o nome da empresa terceirizada, defende que as orientações de uso sempre foram repassadas aos proprietários após os serviços.
Além da customização em Goiás, a polícia identificou outras modificações realizadas em Minas Gerais. O dono da oficina goiana, inicialmente ouvido como testemunha, agora é tratado como “interrogado” no caso. Seu depoimento, previsto para ocorrer por videochamada na próxima segunda-feira (15), é aguardado com expectativa, enquanto a defesa tenta adiá-lo, alegando falta de acesso ao inquérito e aos laudos periciais.
As vítimas, Gustavo Pereira Silveira Elias, 24 anos; Karla Aparecida dos Santos, 19 anos; Tiago de Lima Ribeiro, 21 anos; e Nicolas Kovaleski, 16 anos, foram encontradas desmaiadas na BMW estacionada dentro da rodoviária de Balneário Camboriú, no dia 1º de janeiro. Apesar dos esforços de socorro, as mortes foram confirmadas no local.
Durante uma coletiva de imprensa na sexta-feira (12), as autoridades catarinenses detalharam que a intoxicação ocorreu em um ambiente fechado, onde a concentração de monóxido de carbono superou a de oxigênio. A perícia acredita que, devido às customizações, o gás tóxico, normalmente expelido pelo escapamento, ficou preso no interior do veículo. A perita criminal Bruna de Souza Boff explicou que em movimento, o gás se dispersava, mas no ambiente confinado e com o carro ligado, a concentração foi fatal.