Uma médica negou a realização do procedimento de implantação do Dispositivo Intrauterino (DIU) a uma paciente, alegando questões de ordem religiosa. A situação ganhou destaque nas redes sociais, gerando comentários críticos à postura do Hospital São Camilo, de São Paulo, onde ocorreu o incidente.
A paciente, em um post no X (antigo Twitter), compartilhou sua experiência, escrevendo: “Vocês acham que é fácil ser mulher? Ontem fui a uma consulta no Hospital São Camilo e a médica me informou que não pode colocar o DIU em mulheres porque isso vai contra os valores religiosos da instituição.”
Em resposta, o hospital emitiu uma nota oficial explicando sua posição. Segundo o comunicado, o Hospital São Camilo não realiza procedimentos contraceptivos, tanto em homens quanto em mulheres, devido a diretrizes institucionais que seguem os princípios de uma instituição católica. “É de nosso interesse prestar as informações necessárias. Por diretriz institucional de uma instituição católica, não há a realização de procedimentos contraceptivos, seja em homens e mulheres.”
O hospital também orientou a paciente a procurar um prestador de serviços que ofereça o procedimento desejado. “Quando é assim, orientamos que a pessoa busque a rede referenciada do seu plano de saúde que tenha esse procedimento contemplado. Permanecemos à disposição.”
Não é discriminação
A negativa do hospital de realizar procedimentos contraceptivos não se limita a gênero, sendo aplicada de forma igual tanto a homens quanto a mulheres. Portanto, a instituição afirma que sua decisão não se revela discriminatória e está de acordo com suas diretrizes religiosas.
Embora a situação tenha gerado polêmica, a decisão do Hospital São Camilo não viola os princípios do Direito Médico, pois está alinhada com as diretrizes institucionais da instituição de saúde.