A Polícia Federal (PF) intensificou suas ações contra os atos antidemocráticos com a deflagração da 24ª fase da Operação Lesa Pátria, nesta quinta-feira (18). A operação tem como objetivo principal a identificação dos mentores intelectuais e responsáveis por planejar e financiar a tentativa de golpe de Estado ocorrida no dia 8 de janeiro de 2023.
Neste contexto, foram expedidos dez mandados de busca e apreensão pelo Supremo Tribunal Federal (STF), dos quais oito estão sendo cumpridos no Rio de Janeiro e dois no Distrito Federal. Entre os alvos das buscas está o deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ), investigado por supostamente trocar mensagens com um grupo de golpistas e fornecer orientações sobre atos antidemocráticos.
Além do parlamentar, a operação também foca em membros da “Associação Brasileira de Patriotas”, um grupo extremista com ligações com o ex-presidente Jair Bolsonaro. Embora a família Bolsonaro não seja alvo desta fase da operação, a PF investiga o papel dessa associação na organização dos atos golpistas. Carlos Jordy era chamado de “líder” por golpista e o orientava a como atuar para “parar tudo”. A suspeita da polícia era que Jordy liderava os bloqueios de rodovias.
Importantes buscas foram realizadas no edifício-sede da Câmara dos Deputados, em Brasília, onde se localiza o gabinete do deputado Jordy. A operação contou com a colaboração da Secretaria-Geral da Câmara, que forneceu as chaves para o acesso ao gabinete, evitando a necessidade de abertura forçada.
Carlos Jordy confirmou as buscas em sua residência e gabinete, mas negou envolvimento nos atos investigados. Ele criticou a operação, classificando-a como autoritária e sem fundamento, e afirmou não ter apoiado nenhum ato antidemocrático.
“É inacreditável. Esse mandado de busca e apreensão que foi determinado pelo ministro Alexandre de Moraes é a verdadeira constatação de que estamos vivendo em uma ditadura. Em momento algum do 8 de janeiro eu incitei ou falei para as pessoas que aquilo era correto. Nunca apoiei nenhum tipo de ato, embora as pessoas tivessem todo o direito de fazer suas manifestações contra o governo eleito”, declarou.
Os crimes sob investigação incluem a abolição violenta do Estado democrático de direito, golpe de Estado, associação criminosa e incitação ao crime. A PF continua a aprofundar as investigações para esclarecer todas as conexões e responsabilidades nesses atos contra a democracia.