O Brasil registrou uma inflação acumulada de 4,62% em 2023, conforme anunciado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Este resultado situa-se dentro do intervalo da meta de inflação estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), marcando a primeira vez desde 2020 que o país cumpre tal objetivo.
Os números de dezembro revelaram uma alta de 0,56% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), valor acima das projeções de especialistas do mercado financeiro, que previam 0,49% para o mês e 4,55% para o ano. O setor de Alimentação e bebidas destacou-se, registrando a maior variação mensal com 1,11% e o maior impacto no índice, de 0,23 ponto percentual.
A análise detalhada do IBGE aponta que o subgrupo Alimentação no domicílio sofreu um aumento significativo de 1,34% em dezembro, impulsionado principalmente pelos aumentos nos preços da batata-inglesa, feijão-carioca, arroz e frutas. Esse fenômeno é atribuído a variações climáticas que afetaram a produção de alimentos, especialmente os in natura. A Alimentação fora do domicílio também apresentou um aumento, com destaque para lanches e refeições.
Este resultado positivo da inflação é um indicativo crucial para as políticas do Banco Central, especialmente no manejo da taxa básica de juros, a Selic. Atingir a meta estabelecida pelo CMN, que em 2023 era de 3,25% com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual, permite ao Banco Central prosseguir com a redução da Selic, favorecendo o cenário econômico nacional.