O vereador Lucas Zanatta (PL), de Araçatuba (SP), considerou a ida da vice-prefeita Edna Flor para o Republicanos, mesmo partido do governador Tarcísio de Freitas, como uma manobra política necessária para ela se aproximar da direita e conquistar os votos dos eleitores conservadores do município.
“Foi uma manobra inteligente para quem quer concorrer nas eleições deste ano, porque ela sabe que Araçatuba é uma cidade de direita”, afirmou o parlamentar, que diz ter ficado surpreso, ao ver a notícia pela imprensa, porque vinha mantendo uma boa conversa com o Republicanos.
Para ele, a presença da vice-prefeita no Republicanos o distancia do partido, que tem um viés de direita, mas que optou por não buscar um candidato com um perfil que elegeu o governador Tarcísio de Freitas.
Uma das possibilidades que chegaram a ser expostas foi uma dobradinha Zanatta/Carlos Hernandes, este último migrou para o Republicanos este ano após deixar o PSD (Partido Social Democrático), e vinha mantendo diálogos com o parlamentar sobre as eleições 2024.
Zanatta comparou a ida da vice-prefeita ao Republicanos como a uma hipótetica migração dele, que é conservador e de direita, para um partido de centro-esquerda.
“Seria extremamente estranho se eu fosse para um partido de centro-esquerda”, comparou, lembrando que Edna Flor já foi filiada ao PT (Partido dos Trabalhadores), sigla pela qual foi candidata a prefeita em 2004.
Apesar de ter considerado uma estratégia inteligente a migração de Edna Flor para o Republicanos, Zanatta acredita que a simples mudança de legenda não deverá convencer o eleitor conservador.
O vereador acredita que muitos interessados no pleito de 2024 vão buscar representação em um partido de direita, ainda mais sendo o mesmo do governador.
No entanto, fez questão de dizer que Tarcísio de Freitas foi eleito pelo grupo de Bolsonaro, de quem foi ministro, e não pelo partido. “Não foi o Republicanos que o elegeu”, avaliou.
ELEIÇÕES 2024
Lucas Zanatta ainda não bateu o martelo, mas disse ser provável que saia candidato a prefeito nas próximas eleições. “É provável que saia para prefeito, mas há um tempo ainda para amadurecer isso, que não depende só dos grupos da cidade, também de acordos estaduais que deverão surgir”, explicou.
Ele destacou que esta será a primeira eleição sem a presença direta do PSDB, portanto, atípica. O pleito terá a presença de partidos como Republicanos, PL, PP e PSD. Por isso, segundo ele, haverá muitos acordos e assuntos a serem definidos até o último dia.
Outra possibilidade é Zanatta abrir mão de uma candidatura a prefeito e aguardar o resultado das eleições. Isso porque o PL tem, na Assembleia Legislativa, ao menos sete deputados que deverão concorrer às Prefeituras de seus municípios. Caso três se elejam prefeitos, o vereador poderá assumir uma cadeira no Legislativo estadual.