Um imbróglio envolvendo um contrato de locação entre duas entidades educacionais de Araçatuba, a escola Colégio Severiano Judá e a UniToledo Wyden, virou caso de polícia e vai parar na Justiça. Após anunciar mudança para o novo prédio, a direção da escola foi surpreendida na semana passada por cadeados no portão da faculdade e a proibição de acesso ao prédio que já havia sido locado. A Universidade contesta a acusação.
Devido à polêmica envolvendo a locação, a direção do Colégio Severiano Judá emitiu uma carta aberta expondo explicações e a indignação com os fatos ocorridos. No final de 2023 o Colégio Judá anunciou mudança para um novo prédio, que seria o bloco 3 do UniToledo Wyden.
O diretor e fundador da escola, Bruno Souza, explicou que o contrato foi assinado e em seguida, na reunião de pais do dia 14 de dezembro, foi anunciada a mudança da escola, sendo que, segundo ele, a iniciativa foi muito bem aceita. A escola atende crianças e adolescentes de 450 famílias de Araçatuba.
Souza disse que desde o dia 3 de janeiro, alguns funcionários já estavam trabalhando no novo prédio nos preparativos para a volta as aulas de 2024. No entanto, no dia 15 de janeiro (segunda-feira), funcionários do Colégio foram surpreendidos ao chegarem no local e encontrarem o prédio com cadeado, impedindo o acesso.
Souza disse que para impedir a entrada de seus funcionários, os funcionários e alunos do UniToledo também estavam sendo impedidos de entrar. Com várias tentativas frustradas de acesso ao prédio, a direção do Colégio acionou a Polícia Militar, mas também não conseguiu acesso.
Souza disse que o contrato já estava assinado pelas partes e havia entrado em vigência, tanto que recebeu as chaves do prédio e seus colaboradores já estavam trabalhando no local. Ele informou que recentemente foi realizada uma reunião com a locadora, onde teriam avisado verbalmente apenas que teriam de cancelar o contrato, sem qualquer justificativa.
Conforme carta aberta, a direção da escola considerou uma atitude leviana, irresponsável e dolosa. Ele alegou que já havia rescindido contrato com o prédio o qual abrigava a escola, para ocupar o novo espaço. “Por sorte conseguimos reaver o contrato caso não haja uma solução”, explicou ele, enfatizando que seu departamento jurídico já está tomando todas as providências judiciais em relação ao caso.
O diretor lamenta o ocorrido porque acabou gerando frustração aos pais e também a direção da escola, sem contar inúmeros transtornos de logística de mudança e outros contratempos. Souza diz que a reunião onde foi informado verbalmente sobre impossibilidade do cumprimento de contrato foi gravada. Ele também diz que tem o contrato assinado e pode comprovar que já estava em vigência.
Outro lado
O Centro Universitário informa que, apesar de terem existido negociações, a vigência da sublocação das instalações do campus para o colégio Severiano sequer chegou a ser iniciada contratualmente, e não houve autorização de nenhum tipo de ocupação ou entrega de chaves.
O Centro Universitário se dispõe a oferecer o apoio técnico e logístico possível ao colégio, seguindo à disposição para que a situação possa ser equacionada, com profissionalismo, atenção e cuidado.