Quem tem filhos sabe o quanto é importante manter os olhos bem atentos a tudo o que os pequenos fazem, especialmente quando há água por perto. O afogamento é a segunda principal causa de morte acidental no mundo na faixa etária entre 1 e 4 anos e a terceira de 5 a 14 anos. Por ser rápido e silencioso, esse tipo de ocorrência pode transformar a vida de muitas famílias em um pesadelo.
No verão, e no final de ano, ranchos, áreas de lazer, casas de veraneio, ficam mais lotados e por isso é bom redobrar a atenção. Em 2023, o Corpo de Bombeiros e o Samu atenderam várias ocorrências envolvendo afogamento de crianças na região de Araçatuba (SP).
Para evitar uma tragédia, é essencial tomar alguns cuidados para proteger seu filho de situações perigosas na água. Confira!
Olhar atento
É fundamental lembrar que o afogamento é uma ocorrência rápida, portanto a vigilância é o principal cuidado. Por isso, as crianças nunca devem ser deixadas sozinhas em praias, piscinas e banheiras. Além disso, é importante não deixar recipientes com água ou outros líquidos onde a criança possa submergir, pois apenas 2,5 cm de altura de líquido em um recipiente podem ser suficientes para causar um desastre. Isso também se aplica para as crianças que já sabem nadar bem.
Os pais devem sempre exercer a intensa monitorização e evitar distrações, como o uso do celular. Outro ponto interessante é investir em um treinamento de primeiros socorros, mesmo quem não trabalha na área da saúde.
Longe dos banheiros
O banheiro pode representar um dos cômodos mais perigosos para as crianças em relação ao risco de afogamento. Por isso, mantenha sempre portas de banheiros fechadas, banheiras vazias e os recipientes como bacias e baldes vazios e virados ao contrário.
É importante também ficar atento à privada, que pode se tornar um perigo. É recomendável instalar uma trava na tampa do vaso sanitário, uma vez que crianças que engatinham e já estão conseguindo se levantar com apoio podem cair de cabeça dentro do vaso sanitário.
Colete salva-vidas
Ao levar as crianças para a praia ou para a piscina, é importante lembrar que o uso do colete salva-vidas é mais indicado do que as boias de braço. No entanto, fique atento, pois o uso dos coletes de segurança são excelentes, mas podem causar a falsa sensação de segurança. Então, mesmo em uso destes equipamentos, vale reforçar que as crianças nunca devem ser deixadas sem supervisão de um adulto em piscinas e praias.
Piscinas cercadas
Os pais que possuem piscinas em casa precisam ter atenção redobrada. As piscinas devem ser cercadas totalmente, sem aberturas e com altura em torno de 1,5m de altura, além de contar com pisos antiderrapantes ao seu redor. O mesmo cercamento deve ser realizado se tiver poços em casa ou em chácaras e sítios. Além disso, a piscina deve ser coberta com várias travas laterais seguras, que a criança não consiga retirar.
Coloque a criança na natação
Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), os bebês já podem começar a prática após seis meses de vida, pois nessa fase da vida, o ouvido está em um estágio de desenvolvimento que reduz o risco de entrada de água e infecções, além da criança já ter recebido as primeiras vacinas de imunização.
No entanto, as crianças nunca devem entrar na água sem supervisão, mesmo que já saibam nadar bem. Também vale lembrar que não é preciso uma grande quantidade de água para que os pequenos sejam colocados em uma situação perigosa.
Os afogamentos são muitas vezes silenciosos. Fique atento aos sinais de alerta como: não conseguir manter a cabeça inteiramente fora da água, expressão de pânico ou medo e corpo na vertical com cabeça inclinada para trás e boca aberta, uma tentativa instintiva de continuar respirando.
(*) Fontes: Monique Pinheiro, pediatra do Grupo Prontobaby e Hamilton Robledo, pediatra na Rede de Hospitais São Camilo, de São Paulo e site da Revista Crescer/ Globo.