A Polícia Civil de Penápolis concluiu, na quarta-feira (27), o inquérito que investigava o crime de extorsão mediante sequestro praticado contra um casal, um médico de 70 anos e sua esposa, de 75. O caso ocorreu em 24 de novembro. Os trabalhos foram concentrados no 1º DP (Distrito Policial), sob a coordenação do delegado Thales Eduardo Anhesini.
Seis pessoas foram indiciadas. Além dos já detidos, duas mulheres, de 22 e 20 anos – uma delas sendo garota de programa – também tiveram participação, já que receberam e movimentaram em suas contas valores transferidos e que pertenciam às vítimas durante o período em que estavam em poder dos criminosos.
Prisões
Durante as investigações, foram decretadas as prisões temporárias por 30 dias de um rapaz de 20 anos, outro de 21 e um também de 20, que foram detidos em 30 de novembro, 14 e 19 deste mês, respectivamente.
Segundo a polícia, os dois últimos, durante esclarecimentos e na presença de um advogado, confessaram com riqueza detalhes do crime, cujas informações levaram à identificação de um jovem de 21 anos, o qual teria desistido no primeiro ponto em que estacionaram o veículo das vítimas para fazerem uso de cocaína.
Desta forma, os investigadores realizaram buscas em três localidades, tendo a Justiça autorizado a quebra de sigilo bancário dos investigados, apurando que as jovens emprestaram suas contas bancárias para viabilizar transferências. Além do indiciamento, o delegado pleiteou a conversão das prisões temporárias em preventivas dos envolvidos.
Caso
Na época, o casal ficou no poder de ao menos 4 bandidos por aproximadamente 9 horas. Eles levaram pelo menos R$ 7,5 mil e o carro das vítimas, um Tracker Chevrolet, que foi encontrado incendiado.
As vítimas foram jantar em um restaurante próximo de uma instituição de ensino. Eles deixaram o estabelecimento por volta das 22h e, ao abrirem as portas do carro, estacionado na avenida Maria Lúcia, próximo da esquina com a rua Dr. Mário Sabino, foram surpreendidos pelos bandidos.
Os criminosos estavam escondidos debaixo de uma árvore. Um deles o puxou pela camisa, apontou uma arma, anunciando o assalto, ordenando que o casal entrasse e sentasse no banco de trás.
Outro bandido assumiu a direção do automóvel e seguiu até o bairro rural Córrego Grande. Após percorrerem cerca de 8 quilômetros, o carro foi parado e o médico e a esposa colocado sentados no chão perto de um canavial. Eles foram mantidos reféns por dois bandidos, enquanto os outros dois saíram com o veículo.
Passado algum tempo, apenas um dos criminosos voltou com o veículo, trazendo entorpecentes. O grupo deixou o local com as vítimas, percorreu algumas ruas da cidade e, na sequência, seguiram para Alto Alegre. Já na madrugada de sábado, por volta das 3h30, estavam nas imediações da antiga Usina Campestre, quando os assaltantes conseguiram fazer a primeira transferência por Pix de R$ 2,5 mil, usando os cartões das vítimas.
Motel
Por volta das 5h, a quadrilha seguiu para um motel às margens da rodovia Assis Chateaubriand (SP-425), próximo ao bairro Boa Esperança, mantendo o casal em cárcere privado, até pouco antes das 7h.
Os bandidos pagaram a conta do estabelecimento usando um dos cartões e seguiram sentido Braúna pela pista. Ao passarem pelo pontilhão da linha férrea, pegaram uma estrada sentido ao bairro rural da Jacutinga, onde mandaram que as vítimas descessem, fugindo com o carro em seguida.
O médico e a esposa caminharam por algum tempo, quando encontraram uma pessoa e pediram ajuda para serem levados ao plantão policial. Na unidade, foi feito contato com o banco, sendo constatado que outra transferência havia sido feita, desta vez, no valor de R$ 5 mil.
Incendiado
A Polícia Militar Rodoviária foi comunicada do crime e investigadores estiveram no motel em busca de informações que ajudem na identificação dos criminosos. No período da tarde de sábado, uma equipe da PM foi acionada por uma das vítimas.
Ela informou que o sistema de segurança do automóvel acusou que o veículo estava em uma área rural às margens da estrada Kemil Rahal. Policiais foram até a pista e, no quilômetro 2, próximo da linha férrea, acharam o carro totalmente incendiado.
As placas de identificação ainda possuíam visibilidade e, consultando o sistema, constatou-se tratar da Tracker. O local foi preservado para realização de perícia por parte do IC (Instituto de Criminalística). (Por: Ivan Ambrósio – Jovem Pan Penápolis)