O hacker araçatubense Patrick César da Silva Brito será ouvido nesta quarta-feira (27), pela comissão temporária da Câmara de Bauru, sobre as denúncias de que ele teria sido contratado pelo cunhado da prefeita Suéllen Rosim (PSD), Walmir Henrique Vitorelli, para monitorar desafetos do governo municipal. Brito, que está na Sérvia, será ouvido pela internet.
Dentre os que teriam sido monitorados pelo hacker, a pedido de Vitorelli, estão a vereadora Estela Almagro (PT) e o jornalista Nelson Itaberá. O colegiado foi instaurado pela Câmara no início de novembro e é responsável pela interlocução com a Polícia Civil e o Ministério Público (MP), que investigam as denúncias de espionagem.
A comissão é formada pelos vereadores Coronel Meira (União Brasil), Guilherme Berriel (MDB), Eduardo Borgo (Novo), Estela Almagro (PT) e Chiara Ranieri (União Brasil).
Patrick Brito estava preso em um Centro de Detenção Provisória na Sérvia e deixou a prisão na última sexta-feira, 22 de dezembro. Ele chegou a conversar com o vereador Borgo e afirmou que irá entregar as provas que possui sobre o caso.
Prisão em Belgrado
O hacker araçatubense foi preso em Belgrado, na Sérvia, em dezembro de 2022, após a Interpol cumprir um mandado de prisão preventiva expedido pela Justiça de Araçatuba. O motivo foi a invasão das redes sociais do prefeito Dilador Borges (PSDB) e da primeira-dama Deomerce Damasceno e a prática de extorsão.
Após ser descoberto pela Polícia Civil de Araçatuba, o hacker teria sido cooptado por um delegado para ajudar nas investigações da Operação Raio X, deflagrada em 2020, para apurar desvios de recursos públicos da saúde. Um dos alvos do hacker deveria ser o ex-governador Márcio França.
Na sequência, Patrick Brito foi para a República da Sérvia, onde acabou preso em dezembro de 2022. Ele foi solto na última sexta-feira, porque, pelas leis daquele país, uma pessoa só pode ficar presa preventivamente por um ano.
Para a sua liberdade, no entanto, o hacker teve de aceitar medidas cautelares que incluem o recolhimento de seus passaportes e a proibição de deixar o país. Enquanto isso, aguarda o julgamento de seu pedido de asilo.