O ministro da Defesa do Brasil, José Múcio, em recente declaração, categorizou as ameaças de invasão do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, à Guiana, como uma “manobra política”. Durante um almoço com jornalistas, Múcio foi enfático ao assegurar que, sob qualquer circunstância, as Forças Armadas venezuelanas não transitarão pelo território brasileiro, especificamente em Roraima, para alcançar a Guiana.
“Eles chegarão à Guiana passando — se passasse — por território brasileiro, o que nós não vamos permitir em hipótese nenhuma. […] Ele tem a chance de entrar pelo mar, lá pela frente, colocar uma bandeira falando que chegou ao território de Essequibo. Ele tem 127 mil homens, a Guiana tem 3.700. O embate não acontecerá –e o Brasil não vai se envolver em hipótese nenhuma, o presidente está com consciência disso.“, disse Múcio.
A tensão entre Venezuela e Guiana gira em torno da região de Essequibo, uma área de 160 mil km², rica em petróleo e gás natural. Maduro, seguindo o resultado de um referendo que reconheceu Essequibo como venezuelano, tem ameaçado invadir a Guiana. No entanto, a geografia da região implica que qualquer avanço militar venezuelano necessitaria passar pelo Brasil, algo que Múcio rejeita categoricamente.
Reforço nas Fronteiras e Diplomacia: Em resposta a esses desenvolvimentos, o governo brasileiro, conforme relatado pelo UOL, tem fortalecido suas fronteiras e buscado resolver a situação através do diálogo. Apesar dos esforços diplomáticos para desencorajar as ações de Maduro, incluindo um telefonema do presidente Lula, existe uma preocupação crescente sobre o rumo dos eventos.
Impacto Internacional: Múcio também salientou que uma eventual invasão venezuelana poderia atrair atenção internacional, dada a presença de empresas norte-americanas envolvidas na extração de petróleo em Essequibo. Ele expressou esperança de que Maduro não escale o conflito a tal ponto.
Encontro Diplomático Previsto: Está programado um encontro entre Nicolás Maduro e o presidente da Guiana, Irfaan Ali, em São Vicente e Granadinas, no Caribe, na próxima quinta-feira. O presidente Lula foi convidado, mas ainda não confirmou sua presença, podendo enviar um representante do Itamaraty.
Contexto Histórico: O território em litígio, Essequibo, foi declarado parte da Guiana por um tratado em 1899. Recentemente, a Corte Internacional de Haia emitiu uma liminar contra o referendo de Maduro, reforçando a posição guianesa.