A China tomou a decisão de congelar um empréstimo significativo de US$ 6,5 bilhões à Argentina, aguardando gestos concretos de aproximação do novo presidente argentino, Javier Milei. Esse empréstimo faz parte de um acordo de swap cambial entre os bancos centrais dos dois países, estabelecido desde 2009 e renovado durante a presidência de Alberto Fernández.
Motivações Políticas: A medida vem em resposta às declarações anteriores de Milei, um economista ultraliberal e anarcocapitalista, que durante sua campanha presidencial criticou a China e prometeu um alinhamento mais estreito com os Estados Unidos e Israel. A China, aguardando sinais de compromisso genuíno, também chamou de volta seu embaixador em Buenos Aires.
Impacto Econômico: A Argentina, contando com o empréstimo chinês, agora enfrenta mais dificuldades financeiras, incluindo o pagamento de uma parcela de US$ 2,6 bilhões do empréstimo concedido pelo FMI. Embora tenha conseguido um crédito de US$ 900 milhões com a CAF, a situação econômica permanece desafiadora.
Expectativas da China: Pequim espera dois gestos específicos de Milei para descongelar o crédito: uma visita oficial à China ou um encontro com o presidente Xi Jinping, e a confirmação da compra de caças chineses JF-17, um acordo encaminhado pelo governo anterior.
Contexto Diplomático: Este congelamento de crédito reflete as tensões diplomáticas entre a China e a Argentina, exacerbadas pelas recentes mudanças políticas na América Latina. A decisão chinesa de suspender o empréstimo sinaliza uma abordagem cautelosa em relação às novas lideranças políticas da região.