A Justiça de São Paulo condenou o apresentador Neto e a TV Bandeirantes a indenizar em R$ 500 mil o treinador Jorge Sampaoli por danos morais. O argentino processou Neto após o ex-jogador o acusar, ao vivo, de praticar atos racistas contra o preparador de goleiros Arzul em sua passagem pelo Santos.
A decisão do juiz Cassio Pereira Brisola, da 1ª Vara Cível de Pinheiros, foi publicada na última terça-feira (7). O portal Terra apurou que, em seu depoimento, Arzul negou que tenha sido vítima racismo de Sampaoli, afirmando que tanto o treinador quanto sua comissão técnica tratavam bem os funcionários do clube santista.
O magistrado apontou que Neto ‘não praticou o bom jornalismo deixando de confirmar a veracidade do fato que lhe foi repassado por uma fonte’ e teria ‘deixado de bem informar os telespectadores do seu programa ao disseminar a indesejada fake news, em prejuízo à reputação de Sampaoli’.
Segundo o juiz, as acusações de Neto contra Sampaoli ‘denegriram a honra’ do treinador perante o público. Brisola, então, condenou o apresentador e a emissora a indenizar o treinador em R$ 500 mil, além de publicar uma retratação afirmando que o argentino ‘não praticou ato racista quando era técnico do Santos’.
Tanto o ex-jogador quanto a emissora também foram condenados a arcar com as custas do processo e de advogados, fixada em 10% do valor da ação, R$ 50 mil. Neto e a Bandeirantes podem recorrer.
Procurada pela reportagem do Terra, a Band afirmou que não ira se posicionar porque a “emissora não se manifesta sobre casos judiciais”. Já a defesa de Neto não retornou os contatos. O espaço segue aberto para manifestação.
Confira a decisão que condenou Neto e a Bandeirantes:
“Julgo parcialmente procedente a ação, com resolução de mérito, para condenar, solidariamente, os requeridos no pagamento de R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais), corrigidos monetariamente a partir desta data, acrescido de juros de mora de 1% ao mês, contados da data do ato ilícito (17 de abril de 2023), nos termos da súmula 54 do STJ, além de apresentar retratação consistente na afirmação de que a parte autora não praticou ato racista quando era técnico da equipe do Santos F.C“.