O major Cláudio Mendes dos Santos, preso pela Polícia Federal em março sob suspeita de liderar um acampamento frente ao Quartel-General do Exército e de incitar atos antidemocráticos, fez uma revelação durante sua oitiva na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF).
O oficial afirmou que, dentro do Complexo Penitenciário da Papuda, ele e outros policiais militares presos mantêm uma rotina de orações diárias por diversas autoridades, incluindo o ministro do STF Alexandre de Moraes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Além de detalhar as práticas espirituais realizadas na prisão, que incluem 12 batismos e diversas conversões, o major ressaltou o poder da fé e do amor no processo de reconciliação nacional. “Eu creio que sou conservador, mas para o bem. Todos os dias a gente ora naquele presídio pelo Alexandre de Moraes e pelo Lula. Nós não queremos o mal dessas pessoas. Queremos que eles tenham sucesso (…) Nós não temos ódio. Esse país precisa de amor, de Cristo. Eu nunca fiz mal a uma barata”, expressou o major durante seu testemunho.
O depoimento, que estava inicialmente marcado para o dia 18 de outubro, teve de ser adiado devido a complicações de saúde enfrentadas pelo major, que sofreu dores abdominais a caminho da CLDF e recebeu três dias de atestado após ser atendido em uma Unidade de Pronto Atendimento.
As investigações da Polícia Federal continuam, e o major é investigado por uma série de crimes graves, entre eles a abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, e associação criminosa. O pedido de atenção aos indivíduos do acampamento e o apelo por relaxamento das prisões foram direcionados aos membros da CPI, destacando-se o pedido ao deputado Fábio Felix, presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos. A situação no Complexo Penitenciário da Papuda e as acusações contra o major permanecem pontos críticos no debate sobre a manutenção da ordem e o respeito aos preceitos democráticos.