Atendendo a pedido feito pelo promotor Tulio Vinícius Rosa em ação civil pública, o Judiciário determinou liminarmente o afastamento dos diretores de uma entidade de acolhimento para crianças e adolescentes que presta serviço para os municípios de Patrocínio Paulista e Itirapuã, no interior de São Paulo.
Ficou comprovado que, durante o período em que morou no espaço, uma adolescente foi diariamente submetida à exploração sexual para manter seu vício em crack. Nas dependências da entidade, ela produzia conteúdo sensual e pornográfico, expondo a si mesma e também a outras crianças por meio da internet.
Segundo Rosa, os profissionais do local não adotaram qualquer cautela para impedir a indevida exposição das imagens dos acolhidos, sendo que uma das cuidadoras não só permitia a entrada de drogas no local como fazia uso da substância na companhia da adolescente.
Além disso, uma das dirigentes da instituição de acolhimento contrariou todas as recomendações técnicas em relação à adolescente e levou-a à Festa do Peão de Patrocínio Paulista. De lá, a jovem fugiu, sendo posteriormente espancada em via pública por diversas rivais. A diretora ainda fez contatos com o traficante com quem a adolescente mantinha relação de dependência e divulgou informações sigilosas sobre investigações em andamento na Promotoria.
Pela decisão, os envolvidos ficam impedidos de participar em qualquer chamamento ou procedimento licitatório relativo a serviços envolvendo crianças e adolescentes na Comarca de Patrocínio Paulista. Já a entidade teve sua inscrição no Conselho Municipal da Criança e do Adolescente suspensa, ficando vetada em novos cadastros ou repasses de valores públicos até o julgamento definitivo do processo.