A influência da economia norte-americana no Brasil se evidenciou nesta terça-feira com a desaceleração da inflação nos Estados Unidos, provocando um dia de euforia nos mercados financeiros globais e impactos significativos na economia brasileira. A divulgação de que a inflação ao consumidor nos EUA desacelerou em outubro gerou uma queda expressiva no valor do dólar, que fechou o dia cotado a R$ 4,862. Essa cotação representa uma diminuição de R$ 0,046 (-0,93%) e marca o menor valor da moeda norte-americana desde 18 de setembro.
O mercado de ações brasileiro também reagiu positivamente a essa notícia. O índice Ibovespa, principal indicador da bolsa de valores do Brasil, a B3, encerrou o dia com uma expressiva alta de 2,29%, atingindo 123.166 pontos. Esse é o maior patamar do índice desde 3 de agosto de 2021, impulsionado principalmente pela perspectiva de que o ciclo de aumento dos juros nos Estados Unidos esteja se aproximando do fim.
Essa mudança no panorama econômico foi influenciada pelos dados divulgados pelo Departamento de Trabalho dos EUA. Eles indicam que, em outubro, a inflação ao consumidor na maior economia do mundo ficou estável e apresentou um crescimento anual de 3,2%, uma taxa menor que os 3,7% registrados em setembro. Essa desaceleração dos preços alivia as pressões sobre o Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano) para elevar as taxas de juros, que atualmente variam entre 5,25% e 5,5% ao ano.
Juros mais baixos em economias desenvolvidas tendem a estimular a migração de capitais para países emergentes, como o Brasil, exercendo uma pressão descendente sobre o dólar e contribuindo para a valorização da bolsa de valores. Esta tendência reflete não apenas um cenário econômico global mais favorável, mas também reforça a interdependência entre as economias brasileira e norte-americana.