O Brasil abriu suas portas para um grupo de 32 repatriados, sendo 22 brasileiros e 10 palestinos, que vivenciaram mais de 30 dias sob os bombardeios constantes na Faixa de Gaza, em meio ao conflito entre Israel e Hamas. Após um período de grande tensão, esses indivíduos, incluindo 17 crianças, foram acolhidos na Base Aérea de Brasília.
Atendimentos Médicos e Psicológicos: Nilton Pereira Júnior, diretor do Departamento de Atenção Hospitalar, Domiciliar e de Urgência (Dahu) do Ministério da Saúde, afirmou que, felizmente, ninguém do grupo precisou de internação. As crianças, inicialmente reportadas com quadros de desnutrição, foram avaliadas e não apresentaram desnutrição ou desidratação.
Traumas e Euforia: O diretor destacou que muitos membros do grupo, especialmente crianças, estão mostrando sinais de estresse pós-traumático. “Crianças estão incomodadas com barulho de avião pelo trauma que passaram”, disse. “Algumas crianças não dormiram, brincaram a noite toda, pois estão em um misto de alívio, euforia, preocupação e estresse por perda e afastamento de alguns familiares”.
Ações para Minimizar o Estresse: Para enfrentar estes desafios, uma brinquedoteca com jogos educativos foi montada e atividades lúdicas estão sendo promovidas. Além disso, há um esforço contínuo para incentivar as crianças a beber água, superando receios anteriores devido a experiências com água contaminada.
“Estamos estimulando o consumo de água por causa do calor e do processo [de repatriação]. Várias crianças estão se recusando a beber água, porque tomaram água contaminada, suja e tiveram diarreia. É um processo de convencimento”, afirmou Nilton Júnior.
Vacinação e Assistência Social: Todos os repatriados foram vacinados seguindo o cronograma de imunização do Brasil. O Ministério do Desenvolvimento Social está avaliando quais famílias poderão ser incluídas em programas sociais, como o Bolsa Família, e os adultos fizeram cadastro para obter o CPF.
Perspectiva Futura: Enquanto permanecem na Base Aérea de Brasília, estes repatriados receberão acompanhamento psicológico continuado por 30 dias. Este suporte integral visa não apenas atender suas necessidades imediatas, mas também facilitar sua adaptação e integração na sociedade brasileira.