Em recente divulgação feita pelo portal Metrópoles, vieram à tona áudios em que o deputado federal André Janones (Avante-MG) é ouvido solicitando aos seus assessores contribuições financeiras para financiar sua campanha eleitoral. No material, Janones propõe uma “vaquinha” entre os membros de sua equipe, visando arrecadar no mínimo R$ 200 mil, extraídos diretamente dos salários dos funcionários.
“Eu pensei de a gente fazer uma vaquinha entre nós, e aí nós vamos decidir se vai ser R$ 50, se vai ser R$ 100, R$ 200, se cada um dá proporcional ao salário. Se cada um der R$ 200 na minha conta, vai ter mais ou menos R$ 200 mil para a gente gastar nessa campanha“, detalhou Janones nos áudios.
Na gravação, realizada por um ex-assessor, o deputado assegura que a operação não configuraria a prática da rachadinha, uma vez que todos, inclusive ele, participariam. “Como nós não vamos ser corruptos, não vamos aceitar cargos, como a gente não vai ceder a essas coisas e a gente precisa de dinheiro pra fazer campanha, qual é a minha sugestão? E aí nós vamos dividir o valor entre nós, inclusive eu. Isso é, todos. E isso é legal“, explicou.
Essas declarações ocorreram durante uma reunião em que Janones também falou sobre a necessidade de “reconstruir seu patrimônio” após as eleições de 2016, quando concorreu sem sucesso à Prefeitura de Ituiutaba (MG).
O caso ganhou repercussão política, com o PL, partido de Jair Bolsonaro, anunciando que pedirá a cassação do mandato de Janones no Conselho de Ética da Câmara e no Supremo Tribunal Federal (STF). O partido fundamenta o pedido não só nos áudios, mas também em informações de um livro de Janones, que relata a disseminação de fake news durante a campanha eleitoral de 2022.
Janones, por sua vez, negou as acusações. “Hoje saiu uma matéria, que está sendo espalhada pela extrema direita, que me acusa de rachadinha, coisa que eu nunca fiz. Pra isso eles usaram uma gravação clandestina e criminosa, um áudio retirado de contexto e para tentar me imputar um crime que eu jamais cometi“, afirmou em nota.
“Aproveito para solicitar que o conteúdo criminosamente gravado seja disponibilizado na íntegra, e não edições manipuladas, postada quase simultaneamente por todas as lideranças de extrema direita. É a segunda vez que trazem esse assunto para tentar me ligar a crimes. Em 2022, já fizeram isso durante a campanha, também com áudios fora de contexto. Essas denúncias vazias nunca se tornaram uma ação penal ou qualquer processo, por não haver materialidade. Não são verdade, e sim escândalos fabricados”, alegou.