Escritor costuma ser um lobo solitário na vasta e complexa selva da sociedade. É crítico e não aceita as coisas como são … escritor é questionador, revolucionário de ideias e das coisas da vida; por isso, nem sempre é benquisto, porque incomoda, por não aceitar opiniões prontas, ideologias fechadas ou dogmas.
É um pensador. Certamente, sem os escritores, a sociedade estaria ainda mais atrasada. O poeta (ou poetisa) é um ser humano diferenciado e incomum, com alma sublime, que consegue ver as coisas do mundo de outra forma, fruto de inspiração. Sem os poetas, o mundo seria mais triste e inculto: imaginemos o Brasil sem Drummond ou Cora Coralina … por outro lado, temos que ficar alertas ao surgimento de movimentos contra a literatura, como profetizado por Orwell, em 1984.
Todo escritor sabe que não se tornará milionário com a venda de livros, mas os lança, de qualquer modo, para oportunizar conhecimento a terceiros, numa verdadeira “empatia literária”. Quando criança, adquiri o hábito de leitura lendo gibis; por consequência, passei a gostar, também, de escrever. Como diz o provérbio acaipirado: uma coisa puxa a outra. Ler, por si, é comum; sábio é refletir sobre aquilo que se lê, extraindo-se lições disso.
O escritor é um construtor/lapidador da intelectualidade: possui sede de saber, é estudioso, mas, consciente que pouco sabe ou quase nada. Falo por mim: cada vez que encerro a leitura de um novo livro, faço uma retrospectiva e percebo o quanto era ignorante; quando foco no futuro e penso nos livros que pretendo ler, tenho plena consciência disso. Mark Tawin foi exato, quando disse: todos somos ignorantes, só que sobre coisas distintas. Escritores são fonte de inspiração.
Em Araçatuba, temos, Tito Damazo (escritor e poeta), Arnon Gomes, Hélio Consolaro, Carlos Brefore, Dr. Geraldo (Pratinha), Marcelo Teixeira, Cidinha Baracat (escritora e poetisa), Rafa José (poeta), Júnior Salvador (poeta), dentre outros escritores que fomentam a literatura. O literato é aberto às novas ideias, defende a liberdade de pensamento e de expressão, sem estar atrelado a formalidades, senão à obediência ao vernáculo.
Ainda que pouco prestigiado, lembro, treze (13) de outubro é considerado o “Dia Nacional do Escritor”. No Brasil a leitura precisa de estímulo, principalmente para a melhor formação dos alunos, que serão os profissionais do futuro, inclusive, escritores. Penso no escritor como importante ator social transformador. Por tudo isso, o escritor merece mais incentivo e valorização. Parabéns aos eternos beletristas!
*Adelmo Pinho é promotor de justiça em Araçatuba e articulista do RP10