Na última terça-feira (17), uma situação revoltante foi registrada nas câmeras de segurança (veja abaixo) da Escola Professor Donizette Aparecido Leite, em Embu-Guaçu (SP). Uma professora foi violentamente agredida por uma mãe de aluno, pouco depois de deixar sua sala de aula. A motivação da agressão parece estar ligada a um desentendimento anterior entre a professora e o filho da mãe agressora, um jovem de 17 anos.
Durante o ataque, as imagens mostram que um estudante tentou separar a briga, mas a confusão levou a professora e a mãe a caírem no chão. Em meio ao caos, um outro aluno, aproveitando-se da vulnerabilidade da educadora, desferiu um chute contra ela.
A situação foi oficializada com um registro na Delegacia de Embu-Guaçu, onde o caso foi classificado como lesão corporal, ameaça e injúria. Em resposta, a Secretaria da Educação anunciou a visita de um profissional de psicologia à escola. Esse profissional terá a missão de oferecer suporte emocional aos funcionários e pensar em ações que melhorem a convivência escolar.
Vídeo
Violência contra educadores
A violência contra educadores no Brasil vem crescendo de maneira alarmante, como ilustrado pelos dados de 2023 que mostram um aumento de 20% em relação ao ano anterior. Esta tendência perturbadora não é um fenômeno isolado, mas sim parte de uma trajetória preocupante que vem sendo observada ao longo dos anos. As formas de violência mais comuns identificadas incluem agressão verbal (48%), assédio moral (20%), bullying (16%), discriminação (15%), furto/roubo (8%), agressão física (5%) e roubo ou assalto à mão armada (2%).
A pandemia da COVID-19 e o aumento da atividade nas redes sociais foram apontados como fatores que exacerbaram a violência nas escolas, criando um ambiente mais hostil para os educadores. Um incidente particularmente chocante ocorreu em março de 2023, quando uma professora da rede estadual paulista foi fatalmente esfaqueada, deixando outras quatro pessoas feridas. Este evento reacendeu o debate sobre a segurança nas escolas e a necessidade de medidas eficazes para proteger os educadores.
Além disso, especialistas indicam que o bullying e a violência presentes nas redes sociais e plataformas digitais servem como gatilhos para ataques nas escolas, mostrando como o mundo virtual pode influenciar negativamente o comportamento no ambiente escolar.
Os dados também revelam que a violência verbal é uma das formas de agressão mais relatadas pelos professores. Um levantamento feito em julho de 2022 mostrou que mais de 51% dos professores entrevistados foram vítimas de agressão verbal em suas escolas.