Um mês se passou desde o inovador procedimento em que Lawrence Faucette, 58 anos, recebeu o coração de um porco geneticamente modificado, tornando-se o segundo humano a experimentar tal avanço médico. Os resultados? Extremamente positivos.
Faucette, devido a uma doença cardíaca e condições preexistentes, encontrava-se em uma posição complicada: não era elegível para um transplante de coração humano tradicional. Isso o levou a entrar na vanguarda da medicina translacional, embarcando em um procedimento que, até o momento, mostra-se bem-sucedido.
O otimismo em torno do progresso de Faucette é compartilhado por Dr. Bartley Griffith e Dr. Muhammad Mohiuddin, ambos da Universidade de Maryland. O Dr. Mohiuddin, refletindo sobre o sucesso da operação, declarou: “estamos retirando todos os medicamentos que inicialmente apoiavam seu coração. Então agora o coração dele está fazendo tudo sozinho.”
Além da evolução cardiovascular de Faucette, a equipe médica se concentra agora em sua reabilitação física. “Estamos trabalhando muito com nossa equipe de fisioterapia, que dedica muito tempo ajudando-o a recuperar as forças que perdeu durante o último mês de internação hospitalar”, explicou Mohiuddin.
O procedimento arriscado foi aprovado sob o programa de “uso compassivo” da Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA (FDA). O programa, em cenários específicos, permite o uso de tratamentos ainda não aprovados em larga escala para pacientes que não têm outras opções terapêuticas disponíveis.
A cirurgia inovadora utilizou o coração de um porco da Revivcor, subsidiária da United Therapeutics Corporation. O animal foi submetido a uma edição genética avançada. No total, dez genes foram modificados: três foram inativados para evitar reações adversas, um ajustado para controlar o crescimento do órgão, enquanto seis genes humanos foram incorporados para facilitar a aceitação pelo sistema imunológico humano.
Com o procedimento em destaque global, Faucette permanece sob estreita vigilância médica, observando-se qualquer sinal de rejeição ou manifestação de vírus relacionados ao porco.
Vale lembrar que essa não é a primeira vez que a medicina tenta tal façanha. Em janeiro de 2022, David Bennett passou por um transplante similar, porém faleceu dois meses após a cirurgia. A causa da morte, no entanto, não foi diretamente atribuída à rejeição do órgão transplantado.