Alívio. Esse é o sentimento em comum entre os brasileiros que estavam em Israel e chegaram nesta sexta-feira (13) a São Paulo.
O terceiro avião com brasileiros que deixaram aquele país pousou por volta das 11h30 desta sexta-feira (13), na Base Aérea de São Paulo, em Guarulhos.
A aeronave, modelo KC-390 Millenium, da Força Aérea Brasileira (FAB), decolou de Israel com 69 passageiros na quinta-feira (12) e pousou primeiramente em Recife, onde cinco passageiros desembarcaram. Na sequência o avião partiu para São Paulo.
Eles foram recebidos pelo secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite.
“Recebi os brasileiros, em especial os 29 que vão permanecer no Estado de São Paulo, como forma de representar o governador Tarcísio de Freitas e simbolizar o total apoio que esses paulistas terão do Governo de São Paulo para se restabeleceram novamente após esse grande trauma que viveram em Israel”, disse.
Choro e gratidão
Ao pisar em solo brasileiro, muitos não conseguiram conter o choro ao dar o esperado abraço em parentes e amigos.
“O sentimento é de gratidão, muita gratidão”, resumiu, entre lágrimas, Juliana Caetano, de 55 anos. Ela chegou a Israel na quinta passada para participar de uma peregrinação, mas teve que voltar às pressas por conta da guerra. “Estou muito feliz de estar de volta aqui nessa terra”, afirmou.
Para a atleta Camila Rodrigues, de 32 anos, a preocupação maior por estar em um país em guerra era com a filha, a pequena Maria Vitória, de apenas 1 ano.
Moradora de Piracicaba, Camila foi a Israel disputar a liga nacional de vôlei por indicação de uma amiga, que mora naquele país há 4 anos. “Falaram que era seguro, mas justo na minha vez acontece isso”, ri, aliviada por agora estar em segurança com a filha.
“Quando começaram as bombas falaram que era normal, que ia passar, mas só foi piorando. E só pensava na minha filha. Só consegui ficar aliviada quando o avião decolou, porque o tempo todo eu ficava achando que iam atacar quando a gente estivesse no avião. Ver todo mundo aqui é um alívio”, afirmou.
A peregrinação que o empresário Marcelo Gomes, de 48 anos, faz em Israel religiosamente há 8 anos seria especial, já que era a primeira vez que ele ia com a esposa e os gêmeos, de 7 anos. Mas o que era para ser uma viagem de lazer e devoção se tornou motivo de preocupação.
A família, que mora em Avaré, tomava café no hotel quando teve que correr para o bunker por conta das sirenes. “Fiquei muito apreensivo por estar com as crianças lá. Só pensava em tirá-los de lá. Agora o sentimento é de tranquilidade e alívio”, relatou.
Mesmo com o susto, ele garante que vai voltar para a peregrinação do ano que vem. “Nós somos cristãos, temos um amor muito grande por aquela terra. Participar dessa peregrinação é um chamado. Agora, aqui no Brasil, vamos orar por aquele povo”, concluiu. (Agência Brasil)