A recente eleição presidencial na Argentina teve um toque brasileiro notável. Especialistas em marketing político ligados a Lula e ao PT foram cruciais para moldar a campanha do ministro da Economia, Sergio Massa, no primeiro turno. A tática principal? Associar Javier Milei, o candidato da ultradireita, ao controverso ex-presidente brasileiro, Jair Bolsonaro.
A presença brasileira em Buenos Aires não foi discreta. Quatro marqueteiros, que anteriormente haviam trabalhado em campanhas eleitorais do PT no Brasil, estiveram ativamente envolvidos na estratégia de Massa. Estes são: Otávio Antunes, Raul Rabelo, Halley Arrais e Chico Kertesz. A experiência que trouxeram das campanhas presidenciais brasileiras recentes desempenhou um papel vital no desenho da narrativa contra Milei.
Antunes, com sua experiência anterior trabalhando para Fernando Haddad e o esquerdista Gustavo Petro da Colômbia, trouxe uma perspectiva única. Enquanto isso, tanto Rabelo quanto Arrais, que contribuíram para a campanha de Lula em 2022, assim como Kertesz, filho do ex-prefeito de Salvador, trouxeram sua expertise para a mesa.
O foco principal desses profissionais foi a guerra de narrativas nas redes sociais. Eles empregaram uma estratégia agressiva, usando conteúdos visuais e análises de dados para fortalecer a campanha de Massa e enfraquecer a de Milei. Um exemplo notável foi uma propaganda que mostrava uma criança, em um ambiente escolar, retirando um revólver de sua mochila – claramente um ataque à proposta de armas para civis.
Outra estratégia significativa foi destacar declarações polêmicas de Milei, como suas críticas ao Papa Francisco. Ao acusar o pontífice argentino de ter “afinidade com comunistas assassinos”, a equipe de marketing teve um material valioso para impactar o eleitorado católico do país.